Personagens da Via Crucis: Verônica
O nome “Verônica” em si é uma forma latinizada de Berenice, um nome macedônio que significa “portador da vitória” (correspondente à em grego: phere-nikē). A etimologia popular atribui sua origem às palavras para “verdade” (em latim: vera) e “imagem” (em grego: eikon), inclusive a Enciclopédia Católica
Santa Verônica viveu no primeiro século. É a mulher de Jerusalém que enxugou a face
de Jesus com um véu branco no seu caminho para o Calvário. De acordo com a
tradição o pano ficou com a impressão da imagem da face de Jesus. Assim a
historia de Santa Verônica tornou-se uma das mais populares da tradição Cristã
e o seu véu é uma das mais amadas relíquias da Igreja. De acordo com a
tradição, Verônica levou o véu para fora da Terra Santa e teria usado para
curar o Imperador Tibérius (14-37) de uma doença. O véu foi subsequentemente
visto em Roma no século oitavo e foi transferido para a Basílica de São Pedro
em 1297 pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303).
Quase nada é conhecido sobre Verônica embora os “Atos de Pilatos” considerado por muito apócrifos a identificam com a mulher mencionada no Evangelho de São Mateus
(9:29-22) que teria sofrido de uma perda de sangue. O nome Verônica significa
“imagem verdadeira” como foi relatado pelo historiador e escolar bíblico
Giraldus Cambrensis (1147-1223). Além disso Matthew de Westminster fala da
impressão da imagem do Salvador como:
“Effigies Domenici vultus quae Veronica nuncupatur”.
Assim a imaginação popular tomou o nome Verônica como sendo o nome de uma pessoa.
O nome assim denotaria como uma relíquia genuína o véu de Verônica, para
diferenciá-lo de outras relíquias similares como aquelas guardadas em Milão. A relíquia é ainda preservada na Basílica de São Pedro e a memória do ato de caridade de Santa
Verônica é comemorado nas Estações da Via Sacra. Embora ela não seja incluída
na Martirologia Romana, ela é honrada pela Igreja com um dia para a sua festa.O
seu símbolo é o véu com a face de Cristo e a Coroa de Espinhos.
Sua festa é
celebrada no dia 12 de julho.
Prof. Felipe Aquino
Curiosidades sobre Verônica
“Existe alguma passagem nos Evangelhos sobre a Verônica e o seu véu?” Nem tudo que nós católicos acreditamos como revelado por Deus esta contido na Bíblia, na nossa fé católica existem três pilares a Sagrada Escritura, a Sagrada Tradição e o Sagrado Magistério. Estes três pilares juntos nos dão uma visão completa da Revelação de Deus. Verônica é um personagem que nos veio pela Sagrada Tradição.
Uma Tradição muito antiga da Igreja diz que uma mulher enxugou o rosto de Cristo no caminho do Calvário; milagrosamente a imagem de Jesus sofredor teria sido gravada no lenço da mulher. A tradição a chama de Verônica (Veros icona – ícone verdadeiro). O Papa Bento XVI foi o primeiro Papa a visitar o Santuário do Santo Rosto de Manoppello, em agosto de 2006, onde, segundo a tradição, encontra-se o véu com o qual a Verônica teria enxugado o rosto de Cristo. (Zenit.org, Vaticano, 31 ago. 06)
É algo novo e diferente; o que terá motivado o Papa a ver o ícone de Verônica? Certamente o Papa alimenta alguma esperança de que possa ser autêntico, como o santo Sudário de Turim. O Santuário que acolhe a relíquia, conhecida antigamente como «a mãe de todos os ícones», confiada aos Freis Menores Capuchinhos, encontra-se em um pequeno povoado dos Abruptos, nos montes Asininos, a uns 200 quilômetros de Roma.
O Santo Rosto é um véu de 17×24 centímetros. Quando o se aproxima do véu, pode-se ver a imagem de um homem que sofreu, pelos golpes da paixão, como os que sofreu Cristo.
Pe. Heinrich Pfeiffer S.I., professor de iconologia e história da arte cristã na Universidade Pontifícia Gregoriana de Roma, estudou este véu durante treze anos e foi o primeiro cientista a assegurar que se trata do véu da Verônica que antes se custodiava no Vaticano.
No livro apócrifo dos Atos de Pilatos (século VI), fala-se de uma mulher, conhecida com o nome de Verônica (do nome «Vera icona», «verdadeiro ícone»), que enxugou com um véu o rosto de Cristo na Via Sacra. Apesar destas fontes incertas, que se encontram já no século IV, segundo constata o Pe. Pfeiffer, alemão, a história do Véu da Verônica está presente através dos séculos na tradição católica. Em seu filme «Jesus de Nazaré», o diretor de cinema Franco Zeffirelli a recolhe.
Por ocasião do primeiro ano santo da história, no ano 1300, o Véu da Verônicaconverteu-se em uma das «Mirabilia urbis» (maravilhas da cidade de Roma) para os peregrinos que puderam visitar a Basílica de São Pedro no Vaticano. Confirma o maior poeta da história da Itália, Dante Alighieri (1265-1321), no canto XXXI do «Paraíso» (versículos 103-111) na «Divina Comédia».
As marcas do véu da Verônica se perderam nos anos sucessivos ao Ano Santo 1600, quando o véu foi encontrado em Manoppello. O Pe. Pfeiffer explica que no véu de Manoppello, na margem inferior, pode-se ver ainda um pequeno fragmento de vidro do relicário anterior, o que demonstraria sua procedência do Vaticano.
Segundo a «Relação Histórica», escrita em 1646 pelo sacerdote capuchinho Donato de Bomba, em 1608 uma senhora, Marzia Leonelli, para tirar seu marido da prisão, vendeu por 400 escudos o Véu da Verônica, que havia recebido como dote, a Donato Antonio de Fabritius. Dado que a relíquia não se encontrava em boas condições, Fabritius a entregou em 1638 aos padres capuchinhos de Manoppello.
Frei Remigio da Rapino recortou os cantos do Véu e o colocou entre duas molduras de madeira. As molduras e os vidros são o que ainda hoje conservam o véu em Manoppello.
Esta relação, da qual não há outras provas históricas, diverge da reconstrução do Pe. Pfeiffer, narrando a história popular da chegada do ícone aos Abruzos, das mãos de um peregrino, em 1506. Até 1638, o ícone teria passado por várias mãos. Com a criação desta lenda, opinam alguns dos investigadores, se poderia ter tentado ocultar o roubo do Vaticano.
O professor Donato Vittori, da Universidade de Bari, fez um exame do véu em 1997 com raios ultravioleta, descobrindo que as fibras não têm nenhum tipo de pigmentação. Ao se observar a relíquia com o microscópio, descobre-se que não está pintada e que não está tecida com fibras de cor.
Através de sofisticadas técnicas fotográficas digitais, pôde-se constatar que a imagem é idêntica em ambos os lados do véu, como se fosse um slide. A iconógrafa Blandina Pascalis Shloemer demonstrou que a imagem do Santo Sudário de Turim se sobrepõe perfeitamente ao Santo Rosto de Manoppello (com mais de dez pontos de referência).
O Pe. Pfeiffer recolheu as principais obras artísticas da história que se inspiram no véu da Verônica, até que Paulo V proibisse sua reprodução, após o provável roubo no Vaticano, e todas parecem ter por modelo a relíquia de Manoppello.
O Pe. Pfeiffer esteve em Manoppello com o Papa, e explicou que: «Quando os diferentes detalhes se encontram reunidos em uma só imagem, esta última deve ter sido o modelo de todas as demais. Todas as demais pinturas imitam um só modelo: a Verônica de Roma. Por este motivo, podemos concluir que o Véu de Manoppello não é senão o original da Verônica de Roma». Mais informações em http://www.voltosanto.it
A Igreja não nos obriga a crer nestas relíquias e deixa a livre uso da fé de cada um; mas pelo que vimos acima há chances de que o ícone de Verônica seja verdadeiro; o que levou o Papa a ter interesse de vê-lo.
Eis o rosto ensanguentado/ Por Verônica enxugado / Que no pano apareceu / Que no pano apareceu. Pela Virgem dolorosa/ Vossa MÃE tão piedosa/ Perdoai ó meu JESUS/ Perdoai ó meu Jesus.
Minha benção fraterna+
Padre Luizinho, Com. Canção Nova.
http://twitter.com/padreluizinho
Canto de Verônica
O canto de Verônica é um trecho do Livro das Lamentações de Jeremias, referente ao versículo 12 do primeiro capítulo. O cântico de Verônica é entoado nas Igrejas em latim ou em português.
Canto da Verónica (latim) Responsorium :
O vos omnes
Qui transitis per viam,
Attendite, et videte
Si est dolor similis sicut dolor meus.
Versus :
Attendite, universi populi
Et videte dolorem meum.
Canto da Verônica (português) Responsório:
Oh vós todos
Que passais pela via,
Vinde e vede:
Se há dor semelhante à minha!
Verseto :
Atentai, povos do mundo,
E vede a minha dor.
Fontes:
Blog Canção Nova
Cleófas.com
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