Evangelho Segundo São Lucas

Animo, uma nova Catequese (Encontro 13/40 – Jesus Cristo – Complemento 8)

oração-a-são-lucas-825x542

A Boa Nova de Lucas

O terceiro evangelho dos chamados sinóticos (semelhantes entre si, que incluem ainda os evangelhos escritos por Mateus e Marcos) é também o evangelho que mais da atenção as mulheres do tempo de Jesus, o Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas.

O livro de Lucas, ou sua primeira parte tem muitas coisas em comum com Mateus e Marcos, contudo a obra é bem diferente no seu todo.

Em primeiro lugar, por seu caráter grego. Usa a língua grega melhor que os outros, embora não elimine todos os semitismos tradicionais, em grande parte devida à influência do Antigo Testamento.  Dirige-se a leitores desligados de questões judaicas. Oferece uma mensagem mais imediatamente acessível a leitores pagãos. Em segundo lugar, apresenta-se como historiador de estilo grego: cuidadoso ao consultar os fatos, curtidas em viagens, especialmente marítimas.  Menciona um círculo de testemunhas oculares: depois, um grupo de narradores (que poderiam ser os mesmos).  Atrás vem ele para recolher e ordenar. Sem deixar de proclamar a fé, quer fazer obra de historiador. Na hora de compor suas cenas, não é puramente grego: depende de tradições evangélicas escritas e muito provavelmente orais, e segue a grande tradição narrativa hebraica.

E em terceiro lugar porque seu evangelho é nada mais que a primeira parte de uma obra maior, que continua nos Atos dos Apóstolos, também escrito por Lucas provavelmente até antes do próprio evangelho. (Introdução ao Evangelho Segundo Lucas – Bíblia do Peregrino).

106377_SAOLUCAS

quadro cronológico do evangelho de lucas

Quadro  cronológico

O plano de escrita de Lucas retoma as grandes linhas do texto de Marcos com algumas transposições ou omissões.  Alguns episódios são deslocados (Lc 3,19-20; 4,16-3; 5,1-11; 6,12-19; 22,31-34 etc…), ora por influência de outras tradições, entre as quais deve-se notar a que se reflete igualmente no quarto evangelho. Outros episódios são omitidos, seja com O menos interessantes para os leitores pagãos (cf. Mc 9,11-13), seja para evitar duplicatas (cf. Mc 12,28-34 em comparação com Lc 10,25-28). Notar-se-á, sobretudo a ausência de um correspondente de Mc 6,45-8,26. A diferença mais notável em relação ao segundo evangelho é a longa seção mediana, formada por 9,51-18,14, que é apresentada sob a forma de subida para Jerusalém com auxílio de notações repetidas (Lc 9,51; 13,22; 17,11; cf. Mc 10,1) e onde se verá menos a lembrança real de diferentes viagens do que a insistência proposital sobre uma ideia teológica proposital cara a Lucas: A cidade Santa é o lugar em que se deve realizar a salvação (9,31; 13,33; 18,31; 19,11), foi nela que o evangelho começou (1,5s) e é lá que deve terminar (24,52s) por meio de aparições e conversão que não tem lugar na Galiléia (24,13-51, comparar 24,6 com Mc 16,7 e Mt 28,7.16-20) e é de Jerusalém que deve partir a evangelização do mundo ( Lc 24,47 e At 1,8). Em sentido mais Largo, é a subida de Jesus e do cristão para Deus. (Introdução a Lucas – Bíblia de Jerusalém)

SaoLucas2

Lucas pintado como médico

Segundo as tradições Lucas teria sido um médico, Vale ressaltar que a medicina da época era rudimentar e ainda influenciada pelas crenças religiosas dos seus praticantes (veja o quadro descrevendo a Medicina da época).

Sabe-se que ele não era judeu e jamais teve contato direto com Jesus.

No prólogo do seu evangelho ele declara que escreveu baseado nos relatos dos Apóstolos e em pesquisas.

 

Tanto Lucas como Paulo fala de Teófilo e existem duas possíveis explicações Sobre quem seria este personagem.

  1. Poderia ser o financiador da escrita do evangelho. Afinal escrever em manuscritos de papiro ou pergaminho ficava muito caro naquela época.
  2. A tradução do nome Teófilo vem do grego “amigo de Deus” e pode indicar que os textos são escritos a qualquer cristão. Indo bem na direção da filosofia de Lucas e Paulo que se preocupavam em levar a mensagem a qualquer pessoa que aceitasse Jesus.

270px-Luke_evangelist_Guercino

Lucas teria sido um seguidor de Paulo, e por isso mesmo é lembrado em diversas cartas, inclusive em 2Tm 4 quando diz que está preso em companhia de Lucas ( este estaria prestando auxílio a Paulo preso em Cesárea – hoje Palestina) e pede que seja trazido Marcos.

Conta à tradição que ele foi perseguido pelos romanos e morreu enforcado pelos pagãos em Beócia, regia da Grécia Antiga. Ele teria 84 anos à época.

São Lucas é o padroeiro dos solteiros, pois segundo a tradição nunca se casou.

images (1)

Na liturgia:

Lucas: Símbolo: Touro. Pois logo no início de sua narrativa ele fala de Zacarias que tinha a função de ordenar os sacrifícios no templo. Lc 1,5-25

Como cada ano é dedicado a um dos evangelhos sinóticos, dentro do ciclo de 3 anos o Evangelho de Lucas é o do ano C (sendo A o de Mateus, B o de Marcos e o de João na quaresma e tempo pascal, além de vários tempos dentro da igreja)

 

A Medicina no primeiro século

Os médicos do início do cristianismo tinham ideias muito diferentes das atuais. A menstruação era considerada impura, horrorizada médicos da época e obrigava as mulheres a ficarem reclusão.

A Bíblia mostra claramente essa situação em passagens como esta:

Certa mulher que havia doze anos tinha um fluxo de sangue e muito sofrerá na mão de vários médicos. (Mc 5,25).

Não é a toa que Jesus diz: “Médico, cura-te a ti mesmo.” (Lc 4,23) e Lucas a reproduz no seu evangelho.

“TODA e qualquer doença de pele, contagiosa ou não, era considerada incurável, desde uma espinha ou mancha superficial”, escrevem Luigi Schiavo e Valmor da Silva, no livro Jesus Milagreiro e Exorcista. Seus portadores sofriam preconceito e eram isolados da família. “Aos males físicos associavam-se sentimentos de culpa.” As enfermidades eram consideradas como castigos pelos pecados cometidos e o sofrimento era a única possibilidade de cura. Mesmo assim, a melhor a só ocorria mediante a intervenção de Deus.

“Não foram raros os casos em que os doentes apanharam ou foram colocados na fogueira para ficarem livres dos pecados e dos males”, afirma o biólogo Décio Cassiano Altimari, professor da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo.

Texto extraído do livro Discípulos – Coleção Grandes Heróis Bíblicos – Vol. VI Revista das Religiões  (2005) – Editora Abril

986c8526e543ff869fc3216c7a4da0a1Pontos importantes (Lc)

17

Página original do Evangelho de Lucas

Fontes:images (4)

 

  • Bíblia do Peregrino
  • Bíblia de Jerusalém
  • Bíblia Sagrada CNBB
  • Bíblia Católica Online
  • Wikipedia
  • Livro: Um Santo para Cada Dia – Edições Paulinas

13º Encontro (Catequese) – Evangelho de Lucas

Série: Animo, uma nova Catequese (Encontro 13/40)  

folhadeencontromod.3-2

Sugestão de folha de encontro

São Lucas, o Evangelista (do grego antigo Λουκᾶς, Loukás) é, segundo, a tradição, o autor do Evangelho de São Lucas e dos Atos dos Apóstolos – o terceiro e quinto livros do Novo Testamento. É o santo padroeiro dos pintores, médicos, genealogistas e curandeiros. É celebrado no dia 18 de Outubro. Chamado por Paulo de “O Médico Amado” (Colossenses 4,14), pode ter sido um dos cristãos do primeiro século que conviveu pessoalmente com os doze apóstolos. Lucas foi um médico grego que viveu na cidade grega de Antioquia, na Síria Antiga. A primeira referência a Lucas encontra-se na Epístola a Filemon de Paulo de Tarso, no versículo 24. É mencionado também na epístola aos Colossenses, 4,14 , bem como na segunda epístola a Timóteo 4,11. De todos os evangelhos é justamente o de Lucas que mais fala das mulheres que acompanhavam Jesus, sua mãe Maria e todas as outras.

Neste nosso encontro a sugestão é dinamizar um pouco mais a forma de passarmos o tema e também a integração pela dinâmica. Em tempo também é hora de começar a organizar os catecúmenos que passarão pelo Batismo, já que o tempo urge.

Sugiro sempre o inicio de uma maneira mais alegre, por isso após os cumprimentos vamos cantar  e hoje a canção também faz parte da oração. A sugestão é a bela música Cordeiro Imolado Comunidade Doce Mãe de Deus e assim que cantarmos já entramos na oração inicial que pode ser Pai Nosso, Ave Maria e o Vinde Espírito Santo.

Falar um pouco sobre as documentações e preparação para o Batismo dos que precisarão receber este sacramento. Se possível já ter a data dos cursos de pais e padrinhos e a data do recebimento do sacramento, por se tratar de adultos (jovens e adultos) é importante que seja em uma missa separada do batismo das crianças. Lembrar que isso depende da agenda que a Pastoral tiver fechado com a igreja e o padre. Então a minha sugestão é para que não seja deixado para última hora prejudicando o trabalho a ser desenvolvido. Alerto que pela minha experiência o melhor a fazer é sempre deixar tudo acertado antes porque se algum catequizando acaba sendo prejudicado por perder um sacramento isto reflete em como ele(a) verá a própria comunidade e isto também afeta a família. É importante levarmos em conta os sentimentos gerados por uma frustração desse tipo. Estamos fazendo uma vivência na fé e só será possível à partir da organização séria, primeiro da Pastoral da Catequese e depois da própria comunidade (Paróquia) onde o grupo está inserido. Não sejamos levianos ou inocentes de achar que a preparação para os sacramentos é algo que pode ser feito de forma amadora (tem que ter seriedade e muita, afinal se trata de fiéis e irmãos da nossa igreja), tudo tem que ser organizado.

Como quarto momento vamos direto ao tema. Quem foi Lucas? Acho importante frisar que na sociedade machista da época as mulheres não tinham voz, e quando iam no templo ficavam em uma edicula (espaço reservado) separado dos homens que iam prestar o culto. Falar sobre como foi Lucas quem dos evangelistas mais citou a participação das mulheres na missão de Jesus.

Citar como exemplo todo o texto de Lucas 1. Frisando Lc 1, 26-38 (Anunciação) e Lc 1, 57-66 (Zacarias acolhe a vontade de Isabel). O ideal é ler o texto todo e depois relermos estes dois pontos. Primeiro que se trata do anúncio da vinda de Jesus e depois do nascimento do último profeta antes da vinda do salvador com o detalhe de que não era comum uma mulher poder escolher o nome do filho e geralmente o nome do primogênito seguia o nome do pai e mais incomum ainda era o homem acolher a sugestão da mulher ainda mais em se tratando de um alto sacerdote do templo, caso de Zacarias. Isso já mostra como Lucas trataria a história de Jesus. Também sugiro que seja lido Lucas 24. Frisando Lc 24, 1-11 (As mulheres são as primeiras a saberem da ressurreição), depois de ler o texto releia o trecho e perceba que bem no final do seu evangelho Lucas ainda fala das mulheres e nomeia as que estavam acompanhando a missão de Jesus e descobriram que o mestre havia ressuscitado, detalhe importante “”Então elas se lembraram das palavras de Jesus” (Lc 24, 8) o que deixa claro que além dos 12 escolhidos e outros seguidores estas mulheres aprenderam diretamente com Jesus, preste atenção que Maria Madalena é citada sempre.

Mas e as mulheres tem a igualdade nos tempos de hoje?

Sugiro que seja feito esta discussão logo após falarmos de Lucas e de seu evangelho. Citar a desigualdade salarial, a violência sofrida pelas mulheres, a exploração sexual (tanto das que vão para a prostituição como das exploradas todos os dias), a exploração visual onde a mulher é vista como objeto e exposta na televisão e internet apenas como algo sexy. Qual é a opinião dos jovens e adultos que estão nesta vivência na fé. É importante uma preparação para abordagem do tema porque existe também a questão das mulheres não serem ordenadas presbíteras (padres) na nossa igreja e isso ser um dogma que precisa ainda de muita oração e compreensão, difícil. Então é um tema interessante para ser discutido pois teoricamente são estes catequizandos que estarão futuramente a frente da igreja

Dinâmica do Corpo Humano

O principal objetivo é a interação e trabalho em grupo de todos a fim de atingir a meta final.

Material: folha sulfite , cartolina de varias cores ,lápis de cor, fita crepe, tesoura sem ponta, canetinhas,  lápis de cera.

Procedimento: Para essa atividade os candidatos deverá se agrupar em 3 equipes.  Dependendo do numero de pessoas  faça  mais  ou  menos  grupos. Sempre  aplicar  com  mais de 9 pessoas, de  no  mínimo 3 pessoas por  grupo para  um melhor  resultado.

As equipes deverão desenhar em  15 minutos uma das partes do  corpo humano indicadas a seguir:

download

1º grupo: cabeça e pescoço; tronco;

2º grupo : braço direito; perna direita;

3º grupo: braço esquerdo; perna esquerda.

Se o grupo for muito numeroso faça mais equipes. É muito divertido. Você deve adaptar as partes do corpo de acordo com o número de grupos, use a  criatividade.

Finalizada a tarefa, um representante de cada grupo deverá se levantar e colar com fita crepe num painel ou  parede  ou  até  mesmo  no  chão as partes desenhadas compondo o corpo humano num todo, como  um  quebra  cabeça.

Em debate coletivo argumentem sobre o resultado do trabalho que as equipes elaboraram individualmente. Pensem em estratégias que facilitem o trabalho coletivo. Faça  vários  questionamentos,  como:

  • Porque as  partes  estão  diferente se uma  parte  é  complemento  da  outra.
  • Por  que uma  equipe não   se  interagiu  com  a  outra   para um  melhor  resultado? Não foi dito que não poderiam conversar.
  • Por que agiram como se fosse uma competição?
  • Porque quem terminou primeiro não ofereceu ajuda aos outros?
  • Como  esta  dinâmica pode  te ajudar  na sua vida?

A questão é que em tudo na vida pode ser encarado como uma competição. Na verdade a ideia de ser da comunidade é justamente agirmos como irmãos, onde um auxilia o outro no objetivo maior que é seguir a Jesus. Foi o próprio Jesus quem disse que devemos amar uns aos outros como a nós mesmos. Fica a dica: ás vezes é melhor se unir a outras pessoas do que simplesmente tentar algo sozinho. Deus quer a união acima de tudo.

Depois da dinâmica podemos fazer o nosso canto final, como oração também. Primeiro rezemos a oração de São Lucas (veja no destaque) e depois vamos escutar de olhos fechados a música Restauração Padre Zeca e refletir interiormente no silêncio como poderemos ser pessoas novas. Depois podemos partir na paz.

Oração a São Lucas Evangelista


Ó São Lucas, glorioso apóstolo e evangelista, eu vos saúdo pelo Coração de Jesus; e pela alegria e doçura que o vosso coração sentiu ao ensinar, do Divino Mestre, o Pai Nosso aos apóstolos.

Alcançai-me a graça de seguir com fidelidade a Jesus, pelo seu caminho, com a sua verdade em favor da vida.

Ó meu bom São Lucas, médico, que com vossas santas mãos, invocando o nome de Deus, curastes tantos enfermos de tão graves enfermidades, rogai ao bom Jesus que me livre das enfermidades do corpo e do espírito, se for do agrado de Deus. E para maior glória por toda a eternidade.

Amém

Aprofundamento para o Catequista

São Lucas

O terceiro evangelho no cânon oficial da Bíblia é conferido a São Lucas e faz parte também dos chamados Evangelhos Sinóticos (junto com os livros de Mateus e Marcos).

Lucas foi o companheiro de Paulo, e segundo a quase unânime crença da antiga igreja, escreveu o evangelho que é designado pelo seu nome, e também os Atos dos Apóstolos.
Ele é mencionado somente três vezes pelo seu nome no Novo Testamento (Cl 4,14 – 2 Tm 4,11 – Fm 24). Pouco se sabe a respeito da sua vida. Têm alguns estudos que dão conta de que ele fez parte dos setenta discípulos, mandados por Jesus a evangelizar (Lc 10,1) – outros pensam que foi um daqueles gregos que desejavam vê-lo (Jo 12,20) – e também considerando que Lucas é uma abreviação de Lucanos, já têm alguns querendo identificá-lo com Lúcio de Cirene (At 13,1).
Dois dos Pais da igreja dizem que era sírio, natural de Antioquia. Na verdade não parece ter sido de nascimento judaico (Cl 4,11).
Era médico (Cl 4,14). Ele não foi testemunha ocular dos acontecimentos que narra no Evangelho (Lc 1,2), embora isso não exclua a possibilidade de ter estado com os que seguiam a Jesus Cristo.
Todavia, muito se pode inferir do emprego do pronome da primeira pessoa na linguagem dos Atos. Parece que Lucas se juntou a Paulo em Trôade (At 16,10), e foi com ele até à Macedônia – depois viajou com o mesmo Apóstolo até Filipos, onde tinha relações, ficando provavelmente ali por certo tempo (At 17,1).
Uns sete anos mais tarde, quando Paulo, dirigindo-se a Jerusalém, visitou Filipos, Lucas juntou-se novamente com ele (At 20,5). Se Lucas era aquele ‘irmão’, de que se fala em 2 Cor 8,18, o intervalo devia ter sido preenchido com o ativo ministério. Lucas acompanhou Paulo a Jerusalém (At 21,18) e com ele fez viagem para Roma (At 21,1). E nesta cidade esteve com o Apóstolo durante a sua primeira prisão (Cl 4,14 – Fm 24) – e achava-se aí também durante o segundo encarceramento, precisamente pouco antes da morte de Paulo (2 Tm 4,11). Uma tradição cristã apresenta como pregando o Evangelho no sul da Europa, encontrando na Grécia a morte de um mártir.

Jesus chama Maria apenas de mulher e não de mãe. Por quê?

A dura pedagogia de Jesus com sua Mãe na Sua infância, na Sua vida pública, e na Paixão do Senhor, provém da sabedoria divina, que não é compreendida por todos os homens (cf. Mt 11, 25). “Maria é a obra-prima por excelência do Altíssimo, cujo conhecimento e domínio ele reservou para si. Maria é a Mãe admirável do Filho, a quem aprouve humilhá-la e ocultá-la durante a vida para lhe favorecer a humildade, tratando-a de “Mulher” (Jo 2, 4; 19, 26), como a uma estrangeira, conquanto em seu Coração a estimasse e amasse mais que todos os anjos e homens”

Assim, Santo Agostinho e São Luís Maria Grignion de Montfort nos ajudam a compreender porque Jesus por vezes parece ser duro e desprezar sua Mãe. Agostinho nos ajuda a entender que longe de ser mal educado com a Virgem Maria, o Mestre queria chamar a nossa atenção para o fato de que Ele é Deus e pode realizar o impossível, ainda que não seja o tempo. Por sua vez, São Luís Maria nos ensina que tratando sua Mãe por “mulher”, Jesus favorecia a humildade de Nossa Senhora. Como verdadeiro pai espiritual, Jesus Cristo ensinou e continua a nos ensinar que Ele é Deus e que favoreceu a humildade da Virgem Maria em vista da sua maternidade espiritual sobre os filhos de Deus.

Monsenhor Jonas Abib fundador da Canção Nova nos traz que:

padrejonas

“Quando Jesus chama Maria de mulher, está dizendo que ela é a mulher do Gênesis, a prometida que esmagaria a cabeça da serpente. Isso me facilitou, abriu o caminho para que entendesse as vezes que Jesus a chama assim. Houve outra situação em que Jesus a chamou de mulher, quando Ele estava na cruz e Ele a entregou a João: “Mulher, eis aí teu filho”. Com isso ele está dizendo: “Mulher, assim você está esmagando a cabeça da serpente”. Depois, fui verificar que, no livro do Apocalipse, Maria também é chamada de “mulher”. Esse foi o triunfo da mulher do Gênesis, aquela que tem  a vitória junto a Jesus. Maria é a mulher do Gênesis, do Apocalipse, das Bodas de Caná e dos pés da cruz. Nós também podemos chamá-la de ‘mulher’ como Jesus a chamou.

Se você já teve seu encontro com o Senhor, sabe do que eu estou falando; mas se ainda não teve essa graça, peça-a a Virgem de Nazaré. Foi necessário que eu saísse do seminário para ter um encontro com Cristo. Peçamos que a Mulher do Gênesis ao Apocalipse interceda por seu encontro pessoal com Jesus. Se você já o teve, que ela interceda pela renovação e manutenção desse encontro.”

Avaliando (isso por mim) é importante lembrar que a própria sociedade no tempo de Jesus relegava as mulheres um papel secundário e até submisso, e ele era um judeu comum apesar de toda a sua divindade, seguia a tradição como parte humana de Deus. Mas os estudos que os teólogos fazem e falam da possibilidade de que Jesus só tratava sua mãe assim para esconder sua importância é realmente interessante

SÃO LUCAS EVANGELISTA3

Alguns estudiosos também dizem que Lucas era um excelente pintor

 

 

Fontes:

Evangelho Segundo São Marcos

Animo, uma nova Catequese (Encontro 12/40 – Jesus Cristo – Complemento 7)

8b643429ed7074e04608bc26beed773b

 

O Evangelho de Jesus Cristo segundo São Marcos é o mais antigo dos 4 evangelhos aceitos pela igreja como oficiais. Foi escrito provavelmente em Roma por volta de 65 d.C. época em que Pedro foi preso e depois martirizado. Esta data de composição é confirmada pelas alusões a Guerra Judaica e à destruição de Jerusalém (66-73 d.C) que podem se reconhecer no capitulo 13 de seu evangelho (onde Jesus faz a profecia da destruição do templo e Marcos usou de uma forma de parábola para comparar o que acontecia com as pregações do mestre). Se levarmos em conta a probabilidade de Marcos ser um jovem adolescente quando Jesus foi elevado aos céus e a época em que escreve seu evangelho, ele poderia ter cerca de 35 a 40 anos de idade.

Marcos decidiu registrar a história e os ensinamentos do mestre porque nestes anos, as testemunhas e os discípulos diretos de Jesus, pregadores do evangelho oral, estavam desaparecendo (muitos presos, outros já mortos). Marcos então registra os ensinamentos deles por escrito, criando o gênero literário do evangelho escrito. Respondeu assim às dúvidas que rodeavam a comunidade e forneceu ao mesmo tempo um “manual” para o novo impulso missionário e a expansão da comunidade. As explicações de usos judaicos (Mc 7) mostram que entre seus leitores havia pessoas que não eram de origem judaica também.

“A melhor maneira de sustentar a fé da comunidade é esclarecê-la. Para tanto é preciso voltar sempre àquilo que Jesus disse e fez. Repetindo o primeiro anúncio. Marcos “reevangeliza” a comunidade em crise. Mostra que Jesus não é um messias de sucesso fácil (o “Messias esperado”), mas um messias diferente (o “Messias inesperado”). Nem mesmo seus discípulos o compreenderam, até que ele levasse a termo sua obra. Jesus é o Filho do Homem, o Filho de Deus fiel até a morte por amor e exaltado por Deus na ressurreição, para conduzir novamente o seu rebanho, na “Galiléia” do mundo. [Cf. Mc 16,7].” (introdução ao Evangelho Segundo Marcos – Bíblia da CNBB). Apenas este texto já daria uma grande reflexão, e vou postar futuramente algo sobre isso.

Conteúdo Geral

quadrocronológico do evangelho de marcos

Quadro Cronológico do Evangelho de Marcos

Índice do Evangelho (assunto de cada capitulo)

Capitulo 1: Jesus e João Batista

Capitulo 2: A cura de um paralítico e as respostas de Jesus aos discípulos de João e aos fariseus.

Capitulo 3: Jesus cura multidões, chama seus discípulos e ensina sobre o pecado imperdoável

Capitulo 4: As parábolas de Jesus

Capitulo 5: Vários milagres

Capitulo 6: A missão dos doze discípulos, João Batista é morto. Outros milagres de Jesus

Capitulo 7: Jesus, os escribas e fariseus

Capitulo 8: Outros milagres e a confissão de Pedro

Capitulo 9: A transfiguração e diversos ensinos

Capitulo 10: O divórcio, as crianças, as riquezas, o poder e outros ensinos

Capitulo 11: Jesus em Jerusalém

Capitulo 12: Os impostos, a ressurreição, o maior mandamento e outros ensinos

Capitulo 13: O ensino de Jesus sobre o fim dos tempos

Capitulo 14: A ceia do Senhor, Jesus é preso e Pedro nega a Jesus

Capitulo 15: Jesus, Pilatos, Barrabás, a coroa de espinhos, a crucificação, morte e sepultamento de Jesus.

Capitulo 16: A ressurreição de Jesus e sua subida ao céu.

 

Parábolas 

O Sermão da Montanha

O Ministério na Galileia

Primeiro período

Discurso das Parábolas

(As parábolas a seguir são conhecidas como Discurso das Parábolas)

No Caminho de Jerusalém

O Ministério na Judeia

O Ministério final em Jerusalém

Milagres no Evangelho de marcos quadro

Vida e morte de Marcos

san marcusNos livros do Novo Testamento , Marcos é lembrado dez vezes, com o nome hebraico de João, com o nome romano de Marcos ou com o duplo nome de João Marcos (At 12, 12; 13,5; 15, 36-39Cl 4,10; Fm 1, 24; 2Tm 4, 11; 1Pd 5,13). Ele era filho daquela Maria em cuja casa reuniam-se os primeiros cristãos de Jerusalém e onde foi se refugiar o próprio Pedro após a libertação prodigiosa do cárcere (At 12, 1-25).

Marcos era hebreu de origem, nasceu provavelmente fora da Palestina, em uma família abastada. Pedro que o chama de “meu filho”, o teve certamente consigo em suas viagens a Roma, onde Marcos teria escrito seu evangelho. A antiguidade cristã, a começar por Pápias (130 d.C.), chama-o de “intérprete de Pedro”, pois ele escreve exatamente tudo aquilo de que se lembrava. Escreveu porém, o que o Senhor disse ou fez, não segundo uma ordem. Marcos não escutou diretamente o Senhor, nem o acompanhou, mas ele ouviu de Pedro tudo que dispunha de seus ensinamentos conforme as necessidades. Porém existe uma forte corrente de estudiosos que teorizam a probabilidade de a última ceia, e alguns encontros anteriores de Jesus e seus discípulos terem sido realizados na casa de Marcos, então uma criança. Se levarmos em consideração que apenas pessoas de altas posses teriam casas grandes o suficiente para abrigar 13 homens, mais algumas mulheres e alguns seguidores e ainda servir refeição a todos e em alguns casos até abrigo, também considerarmos que a família era amiga de Pedro e tudo indica ser uma família que logo seguiu os ensinamentos de Jesus e era rica, as evidências destas possibilidades se tornam muito mais palpáveis. Então na verdade Marcos teria sim tido uma convivência, mesmo que não tão intensa, com Jesus. Não podemos desconsiderar que Jesus gostava de ensinar também as crianças.saint-mark-1621

Além da familiaridade com São Pedro, o evangelista Marcos poderia orgulhar-se de uma longa convivência com o apóstolo Paulo, com quem se encontrou pela primeira vez em
44, quando Paulo e Barnabé levaram para Jerusalém a generosa coleta da comunidade de Antioquia. De volta Barnabé levou consigo seu sobrinho, o jovem Marcos. Após a evangelização em Chipre, quando Paulo planejou uma viagem mais trabalhosa e arriscada ao coração da Ásia Menor, entre as populações pagãs de Tauro, Marcos – conforme lemos no At –  se separou de Paulo e Barnabé e voltou a Jerusalém. Depois Marcos voltou ao lado de Paulo quando este estava prisioneiro em Roma.

images (1) Em 66 São Paulo nos dá a última informação sobre marcos, escrevendo da prisão romana a Timóteo: “”Só Lucas está comigo. Toma contigo Marcos e traze-o, porque me é bem útil para o ministério” (2Tm 4, 11). Os dados cronológicos da vida de São Marcos permanecem duvidosos. Ele morreu provavelmente em 68 de morte natural, segunda uma tradição, mas conforme outra tradição, foi mártir em Alexandria do Egito , onde teria sido arrastado pelas ruas até a morte.

marcos3

 

 

Os Atos de Marcos (alguns chamam de Evangelho Secreto de Marcos), um escrito do século IV, referem que Marcos, no dia 24 de abril, foi arrastado pelos pagãos pelas ruas de Alexandria, amarrado com cordas ao pescoço. Jogado ao cárcere, no dia seguinte, sofreu o mesmo tormento atroz e sucumbiu. A venda de seu corpo por parte de dois comerciantes e mercadores de Veneza não passa de uma lenda surgida em 828 d.C. Porém é justamente graças a esta lenda que, de 976 a 1071 foi construída a estupenda basílica veneziana dedicada a São Marcos.

 

Cada evangelista tem um simbolo

images (2)

Marcos: Símbolo : Leão . Seu evangelho começa falando do deserto. Geralmente as savanas possuem leões, além do símbolo de Roma ser um leão do Império ter adotado o cristianismo como religião. Mc 1,2-3

Na Liturgia

Na liturgia da Igreja Católica cada ano é dedicado a um dos evangelhos, mais o evangelho de João em épocas especificas. Marcos é o evangelho do ano B, seguindo o cânon da Bíblia, sendo Mateus ano A e Lucas ano C

O dia de São Marcos é 25 de Abril

são marcos na catedral

São Marcos(detalhe da Catedral Metropolitana de Campinas)

FB_20170103_08_09_12_Saved_Picture[1]

Imagem de São Marcos na Paróquia São Marcos, O Evangelista

A Paróquia São Marcos, O Evangelista fica em Campinas, SP, e é a única paróquia dedicada a São Marcos em toda a Arquidiocese de Campinas e uma das poucas no Brasil

É também a Paróquia em que cresci na fé, primeiro com uma breve passagem pela Comunidade São Francisco de Assis (Jardim Campineiro), depois exercendo ministério e várias funções na Comunidade Nossa Senhora Aparecida (Jardim São Marcos) e por último sendo coordenador e depois catequista da Comunidade Santo Antonio de Santana Galvão (CDHU San Martins) todas essas comunidades além das Comunidades São José da Esperança (Vila Esperança), Divino Espírito Santo – Matriz (Jardim São Marcos) e Santa Clara de Assis (Vila Olímpia) e Capela da Mãe da Misericórdia (Recanto Fortuna) fazem parte da Paróquia São Marcos e estão situadas na região norte de Campinas. Faço parte desta paróquia.

 

 

paróquia smarcos

Paróquia São Marcos, O Evangelista (Campinas) ainda em fase de obras

iamgem_destaque11-940x375

41-Par-S-Marcos-Evangelista-Campinas

Paróquia São Marcos, O Evangelista

Rua Adelino de Abreu, 166
Jardim São Marcos – CampinasSP
CEP: 13082-230

Fontes:

  • Bíblia Sagrada  – Edição da CNBB
  • Catecismo da Igreja Católica
  • Livro: Um Santo Para Cada Dia – Mario Sgarbossa e Luigi Giovannini – Edições Paulinas
  • Links da Bíblia Católica Online
  • Imagens da Internet e fotos pessoais

12º Encontro (Catequese) – Evangelho de Marcos

Série: Animo, uma nova Catequese (Encontro 12/40)

folhadeencontromod.3-1

Sugestão de folha de encontro (novo modelo)

 

Nosso encontro de número 12. É hora de perguntarmos como vai indo nossa vivência na fé. Momento oportuno para conversarmos e descobrirmos se estamos no caminho certo e se realmente estamos conseguindo transmitir tudo o que desejamos.

Como tem sido costume sempre indico que se comece com uma oração e nada melhor que se faça a oração do Pai Nosso, uma Ave Maria e o Vinde Espírito Santo, e logo depois possamos cantar uma música, como sugestão deixo Primeiro Passo de Agnaldo Moreno.

Depois podemos fazer um exercício de fé que consiste em dois momentos:

  1. Questionário para saber o que eles estão achando dos encontros e as sugestões
  2. Carta de intenção

Então vou explicar:

Questionário:

  • Nome
  • O que levou você a vir para a catequese? (deixar espaço para resposta)
  • Toda a sua família é católica? (deixar espaço para resposta)
  • Você é: batizado: Sim ( ) Não ( )    Fez a 1ª Eucaristia: Sim ( ) Não ( )
  • O que mais gosta nos encontros? (deixar espaço para resposta)
  • O que menos gosta? (deixar espaço para respostas)
  • O que gostaria que tivesse?(deixar espaço para resposta)
  • Sugestões de temas? (deixar espaço para resposta)
  • Entende o que os catequistas dizem? Sempre ( ) Nunca ( ) às vezes ( )
  • Cite o(s) encontro(s) que mais gostou até agora? (deixar espaço para resposta)
  • Você reza na sua casa? Sim ( ) Não ( )
  • Comenta sobre o que tem vivenciado com as outras pessoas? Sim ( ) Não ( )

O questionário serve como baliza para o grupo de catequistas e não para julgar ou avaliar os catequizandos, então a partir das respostas o grupo da Pastoral da Catequese deve se reunir e se autoavaliar levando em conta cada resposta e fazer as mudanças necessárias no modo de falar, se expressar e tudo o mais. Talvez nem seja preciso mudar nada, ou talvez seja necessário mudar muita coisa.

Carta de Intenção

env

Esta é mais uma brincadeira que deve ser feita assim que terminar o questionário. Consiste em cada um escrever de próprio punho o que pretende mudar até o final da caminhada da catequese. A pessoa inicia escrevendo: Meu amigo Jesus até o final eu pretendo… Ai cada um coloca a data e depois colocam as cartas num envelope, coloca o próprio nome e lacra. Os catequistas pegam um envelope grande (tipo de documentos) colocam a data e todas as cartas dentro e também lacram. Este envelope só será aberto no penúltimo encontro da catequese e entregue carta por carta para que eles leiam e vejam se conseguiram atingir as mudanças que pretendiam.

No próximo momento a sugestão é desenvolver o tema, falando sobre a história de São Marcos e toda a história de seu evangelho. (Ver Aprofundamento para o Catequista e também os posts sobre estudo). Uma parte das sugestões é refletir a parábola que Jesus contou sobre o Buraco da Agulha

Na sequência é o momento de fazer o nosso canto final, e a sugestão de hoje é a bela Mensageiro da Paz (Jean Carlos) e logo depois é hora de fazer a nossa oração final, com a oração de São Marcos.

Letras das músicas sugeridas

(após pesquisa na internet não encontrei as letras publicadas por isso estou publicando neste espaço para facilitar a quem for produzir folhas de encontro)

Primeiro Passo/ Agnaldo Moreno

Vai-se o tempo e vem a certeza

De um dia te encontrar

Pra falar de coisas boas

Que me levaram a te amar

Caminhei por estradas loucas

Mas sabia que ia chegar

Ao teu lado pai querido

Para sempre me entregar

O caminho estava à frente

Mas não dava pra enxergar

Caminhei pelo relento

Como quis te encontrar

Mas Jesus foi me mostrando

Filho ai não podes ficar

Meu amor por ti é tanto

Me dê a mão vou te levar

Hoje tenho minha vida

Este amor pra te mostrar

Se Jesus me deu a mão

Porque pra ti ele não dará

Ele te ama aceite isso

É o primeiro passo para chegar

Ele te ama aceite isso,

É o primeiro , É o primeiro passo

Primeiro passo pra chegar

Mensageiro da Paz / Jean Carlos

Quando sinto o teu amor que me invade

E em meu peito a vontade

De dizer que és meu rei

Quero ser o teu filho querido,

Te dizer que és bendito

E a tua paz irei cantar

Quando o teu povo desanima

E em meu peito se aproxima

A vontade de chorar

Quero ser um simples mensageiro

De tua paz ao mundo inteiro

Teu amor irei levar

Sei que tudo pode ser real

Todo o povo sempre unido

Em um mesmo ideal

Quero ver o amanhã

Sempre a proclamar

Que a paz de Cristo está neste lugar

Aprofundamento para o catequista

sao-marcos-evangelista-vimeo

O objetivo do Evangelho de São Marcos é explicar: Quem é Jesus. Trazendo literalmente a tradução da palavra evangelho (boa nova) para a realidade. Esta boa noticia era a vida e obra de Jesus Cristo.

A tradição (e quando falo isso quero dizer a tradição oral e algumas coisas trazidas pelos evangelhos apócrifos) dão conta de que Marcos era primo de Barnabé que conhecia Jesus. O nome dele na verdade seria João Marcos e ele era praticamente uma criança quando Jesus pregava.

A casa dele foi lugar de muitos encontros de Jesus e seus discípulos pois a família dele era amiga de Pedro e por consequência ficou amiga do mestre. Seu primo Barnabé mais tarde seria um dos primeiros a confiar em Paulo. A tradição traz que teria sido na casa dele que foi realizada a última ceia.

Marcos tinha dinheiro e depois da ressurreição e ascensão de Cristo foi um dos primeiros companheiros de Pedro e Paulo, até que os dois se separaram por divergências sobre qual o melhor caminho para a evangelização. Marcos então se tronou seguidor de Pedro.

Os historiadores não tem dúvidas de que o primeiro evangelhos ser escrito foi o dele. Tanto que o texto de Lucas usou 2/3 e Mateus 95% do texto de Marcos para comporem seus respectivos evangelhos. Apesar disso o Evangelho de Marcos só tem 16 capítulos e é o mais curto de todos.

A igreja colocou Mateus primeiro, Marcos em segundo e Lucas em terceiro porquê estes 3 evangelhos são chamados de sinóticos (semelhantes ou iguais), já o evangelho de João é diferente destes apesar de se tratar dos mesmos fatos.

Marcos é representado por um leão porque começa narrando sua história pelo deserto, lugar onde este tipo de animal se encontra naquela região.

O dia de São Marcos é celebrado pela Igreja em 25 de abril, que teria sido o dia em que ele foi arrastado pelas ruas de Alexandria no seu martírio. Ele também é o padroeiro da cidade de Veneza, na Itália e lá sua igreja é considerada uma das mais belas e fantásticas igrejas já construídas.

Os Católicos Apostólicos Ortodoxos Gregos consideram Marcos o fundador da sua religião e o alicerce da sua igreja (assim como Pedro é o dos Católicos Apostólicos Romanos).

Mc 10, 17-27 O buraco da agulha

As cidades fortificadas tinham uma abertura que só os moradores conheciam chamada “agulha” que mediante uma senha o viajante montado em um cavalo ou camelo tinha que passar. Como era muito pequena e o animal tinha que se abaixar e passar quase rastejando. Então era muito difícil e só a usavam quem tinha viajado e desprevenido chegava altas horas da noite quando a muralha já estava fechada

Imagens Basílica de São Marcos em Veneza

 

 

 

 

Ressuscitou ao terceiro dia

Série: Animo, uma nova Catequese (Jesus Cristo – Complemento 5)

1bdac04e0cb831e99d85992df991521e

Imagine a cena:

Você teve um amigo assassinado, e por alguma circunstância teme pela sua própria vida, mas mesmo assim você não sai da cidade, ao contrário fica escondido com mais alguns amigos que também tem medo. Todos os movimentos fora da casa te deixam apreensivos, você acha que a qualquer momento alguém vai invadir a casa e tudo estará perdido. De repente entra uma mulher correndo e diz que o corpo do seu amigo sumiu de onde deveria estar. Você não pensa duas vezes e dispara correndo até o local, nem percebe que tem mais pessoas com você e se depara com o local onde o corpo deveria estar vazio. O que aconteceu?

Foi mais ou menos isso o que ocorreu com Maria Magdalena e também com Pedro e os discípulos que correram até o local onde Jesus Cristo deveria estar sepultado. Eles nem se lembraram das palavras do próprio Cristo que anunciara várias vezes que voltaria dos mortos.

Mas como isso pode ter acontecido?

O maior dos mistérios de Deus

Até hoje existem controvérsias sobre o que realmente aconteceu naqueles dias e como isso ficou marcado na história do mundo até  nossos tempos. Basta pensarmos que até a contagem dos anos passou a ser antes e depois de Cristo, dada a tamanha importância deste homem, que eu acredito sim ser o Filho de Deus.

São Paulo que jamais conheceu Jesus pessoalmente escreveu a comunidade de Corinto:

“Se Cristo não foi ressuscitado, nós não temos nada para anunciar e vocês não tem nada para crer(…) Se Cristo não foi ressuscitado, a fé que vocês tem é uma ilusão (…) Se Cristo não ressuscitou, os que morreram crendo nele estão perdidos (…) Se a nossa esperança em Cristo só vale para esta vida, nós somos as pessoas mais infelizes deste mundo.”

Já parou para pensar friamente nisso?

Toda a nossa fé é baseada na história de Cristo e principalmente na sua ressurreição, pois a partir é construído todo o cristianismo (no início chamado de Nazarenos) e é nesta base que é erguida a Igreja Católica.

Ao contrário do que querem dizer alguns irmãos de outras denominações a Igreja Católica Apostólica Romana segue um Deus vivo na figura do Pai, Filho (Jesus Cristo vivo e ressuscitado, elevado aos céus) e Espírito Santo. A trindade santa de um Deus uno. Nosso Jesus não é o da cruz, mas também é o da cruz pois serve para nunca esquecermos até onde fomos condenando o próprio Deus na figura do filho. Por isso é hora de deixar a hipocrisia de lado e saber que O Jesus Cristo da Igreja Católica está vivo  e foi elevado aos céus de corpo e alma.

14d2fff98dd2c15fc55577be0c4ef099

Ícone da Santíssima Trindade por Claudio Pastro

 

O que acontece com o corpo quando a pessoa morre

Jesus sofreu torturas desde o momento em que foi preso pelos guardas do templo, e nas mãos dos romanos também foi castigado e humilhado. A morte na cruz também á algo extremamente doloroso e agonizante, não foi rápida nem indolor, pelo contrário foi muito pior do que qualquer filme ou pintura pode mostrar. Inimaginável.

Mas quando a pessoa morre imediatamente o corpo começa a se decompor. Vou enumerar o que acontece abaixo:

1 – Suas células ficam abertas

Da mesma forma que a digestão começa assim que você coloca um alimento em sua boca, a decomposição é um processo que tem início minutos depois da morte. Logo após seu coração resolver parar de bater, a temperatura do seu corpo vai cair quase 10 °C em um intervalo de uma hora até ficar em temperatura ambiente. O sangue fica mais ácido, o que faz com que as células se abram e enviem todas as suas enzimas para os tecidos, que começam um processo de autodigestão.

2 – Você fica branco e roxo

E isso acontece graças aos efeitos da gravidade, que fazem com que o sangue do corpo siga para as áreas mais próximas ao chão – isso acontece porque não existe mais circulação sanguínea. O resultado dessa descontinuidade de fluxo sanguíneo é uma coleção de manchas roxas sobre as regiões mais baixas do seu corpo. Essas manchas são chamadas de “livor mortis” e, quando médicos legistas as estudam, conseguem saber a hora exata em que uma pessoa morreu.

3 – Seus músculos contraem

Seu corpo começa a ficar mais rígido após quatro horas de morte, atingindo pico de rigidez doze horas depois e perdendo essa característica após 48 horas. Isso acontece porque há bombas em nossas membranas musculares que regulam cálcio e, quando essas bombas param de trabalhar em decorrência da morte, o cálcio inunda as células, fazendo com que os músculos se contraiam e fiquem enrijecidos.

4 – Seus órgãos vão se auto digerir

Depois dos processos citados acima, seu corpo vai entrar em estado de putrefação, que é, basicamente, a decomposição total. Enzimas do seu pâncreas vão fazer com que o órgão de auto degenere e, enquanto isso, micro-organismos vão atacar essas enzimas, deixando seu corpo com uma coloração verde a partir do umbigo. O fato é que todo ser humano vive um relacionamento sério com aproximadamente 100 trilhões de bactérias durante a vida – essas bactérias, na maioria das vezes, usam nosso corpo como moradia e não nos causam problemas. Porém, quando elas são os únicos vestígios de vida, fazem a festa e acabam, literalmente, conosco. É graças a elas e à capacidade que elas têm de liberar as enzimas putrescina e cadaverina que um corpo morto não tem um cheiro muito agradável.

Pela ação das bactérias, os órgãos desprendem-se da estrutura do corpo e desmancham. Os que se decompõem mais rápido são os pulmões (que têm tecidos finos), os intestinos (que já possuem bactérias que ajudam na digestão) e o pâncreas (cujas enzimas agem na decomposição). Um dos que mais demoram é o fígado, pois ele é um dos maiores órgãos do corpo humano.

5 – Você pode virar cera

Depois da putrefação, não demora para que seu corpo se transforme apenas em esqueleto. No entanto, alguns corpos – especialmente aqueles que entram em contato com água ou terra gelada – podem desenvolver o que é conhecido como adipocere, um material adiposo formado nos tecidos do seu corpo, atuando como um conservante natural dos órgãos, fazendo com que você demore muito mais para apodrecer totalmente. É possível que, por algum tempo, depois de morto, você pareça um boneco de cera.

Agora pense um pouco:

Jesus morreu e ficou três dias morto, então aconteceu praticamente tudo que escrevi acima com seu corpo. Para que Jesus pudesse ressuscitar todos os órgãos, o sangue, o tecido e a temperatura do corpo teve que voltar ao seu estado anterior, de quando ele estava vivo. Apenas um ato de Deus poderia traze-lo de volta a vida, e foi o que aconteceu.

Impossível? Talvez. Não se você tiver falando de fé. Afinal o próprio Jesus trouxe alguém a vida depois de 4 dias morto e já sepultado, é só ver a história de Lázaro narrada no Evangelho de João (Jo 11, 1-48)

Uma nova Páscoa

Foi a ressurreição de Jesus, apesar de todos os prodígios que já havia realizado que deu a certeza a seus seguidores de que ele era realmente o filho de Deus. Para que tudo fosse ainda mais confirmado, Jesus faz sua ascensão aos céus na frente de todos os seus seguidores após o Pentecostes onde os Espírito Santo é dado a todos que tiveram fé. Até Tomé acostumado a só acreditar se visse, ou tocasse teve que crer pois seus olhos testemunharam aquele fato extraordinário e único.

Com a ressurreição e a entrega da missão a cada um dos discípulos e seguidores começou realmente todo o movimento cristão e com a inclusão do antes perseguidor de nazarenos Saulo, transformado em Paulo e um dos maiores propagadores da fé em Cristo, seguindo a máxima dos que , como nós, acreditam sem ter visto, que a igreja de Jesus foi tomando forma até se tornar religião do Império Romano e depois a maior religião do mundo.

Afinal Jesus foi um rei messiânico, que libertou o povo cativo, só que não quis derramar uma gota de sangue que não o próprio. O messias esperado e anunciado por Isaías que veio salvar a todos, anunciando sua volta um dia (assunto para um artigo próximo).

Nossa fé, toda ela é baseada na passagem do Deus feito homem pela terra. Jesus não foi um profeta, um pregador, um líder ou um personagem fictício. Jesus é real e ainda vive no céu, de onde se prepara para voltar a terra e levar aqueles que realmente tem fé. Por isso a perseverança é nosso lema.

Jesus Cristo, nasceu e viveu para nos colocar no caminho de Deus. Fez milagres, e um milagre não é um ato isolado e passageiro, mas sim algo duradouro e definitivo. Curou pessoas, e vale salientar que estas pessoas não estavam apenas doentes fisicamente, mas também estavam doentes espiritualmente, pois assim que creram em Jesus foram curadas. Um exemplo é o servo do rei que veio procurar Jesus pois seu filho estava praticamente morto, e Jesus apenas perguntou da fé deste homem e sem tocar na criança, mas enviando um pai que acreditava fez o milagre que tanto este homem ansiava (Jo 4, 47-54). Também teve a cura do servo do centurião romano (um soldado) que acreditava em Jesus (Lc 7, 1-10) Tudo pela fé real da pessoa. Mais do que o gesto, é a fé das pessoas que cura, e esta fé está intimamente ligada a algo maior, ligada a figura de Jesus Cristo, que ressuscitou apenas para poder voltar ao céu, e também para que aqueles que ainda tinham dúvidas pudessem ter a certeza de que aquele não era um homem, não era um simples ser humano, mas sim o próprio Deus.

Tem um Rap que diz:

Todo homem quer ser rei, todo rei quer ser Deus. Mas só Deus quis ser homem.

Eu sou Católico Apostólico Romano e meu Deus é está vivo para sempre.

Narrativa bíblica

Epístolas paulinas (Cartas de São Paulo)

Os mais antigos registros escritos da morte e ressurreição de Jesus são as cartas de Paulo, que foram escritas por volta de duas décadas após a morte de Jesus e mostram que, neste período, os cristãos acreditavam firmemente no evento. Alguns estudiosos acreditam que elas tenham incorporado credos e hinos primitivos, escritos apenas uns poucos anos após a morte de Jesus e originados na comunidade cristã de Jerusalém. Estes credos, mesmo inseridos nos textos do Novo Testamento, são uma fonte importante sobre este período do cristianismo primitivo (vide abaixo):

  • «acerca de seu Filho (que veio da descendência de Davi quanto à carne, e que foi com poder declarado Filho de Deus quanto ao espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos), Jesus Cristo nosso Senhor» (Rm 1, 3-4).
  • «Lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, descendente de Davi, segundo o meu Evangelho» (II Tm 2,8).
  • «Pois eu vos entreguei primeiramente o que também recebi: que Cristo morreu por nossos pecados segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que foi ressuscitado ao terceiro dia segundo as Escrituras e que apareceu a Cefas e então aos doze. Depois apareceu a mais de quinhentos irmãos de uma vez, dos quais a maior parte permanece até agora, mas alguns já dormiram; depois apareceu a Tiago, então a todos os apóstolos;» (I Cor 15,3-7).

cristo+pascoa

Estas aparições neste último credo incluem aquelas aos membros mais proeminentes entre os seguidores de Jesus e, posteriormente, da igreja de Jerusalém, incluindo Tiago, irmão de Jesus, e os apóstolos, nomeando apenas Pedro (Cefas). O credo também faz referências a aparições para pessoas cujo nome não é citado. Hans Von Campenhausen e A. M. Hunter afirmaram, separadamente, que o texto deste credo cumpre os rigorosos critérios de historicidade e confiabilidade de origem.

 

Evangelhos

Os Evangelhos Sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas) e o de João mostram algumas versões diferentes até entre si da narrativa da descoberta do túmulo vazio de Jesus. Marcos e Lucas falam de 3 mulheres, mas uma delas é diferente nos dois casos. Um fala de Salomé e o outro diz que foi Joana. Mateus diz que foram apenas 2 mulheres, ignorando tanto Salomé como Joana. João fala apenas de 1 mulher que seria Maria Madalena (ou Maria de Magdala como alguns traduzem). O fato é que todos não negam que Maria Madalena foi uma das primeiras a descobrir o túmulo vazio. Isso mostra como Maria Madalena fazia parte do círculo quase fechado de discípulos de Jesus, pois ela tinha acesso até aos mais próximos do mestre. Futuramente vou postar algo sobre isso.

Marcos

Logo após o nascer do sol no dia seguinte ao sabbath, três mulheres, Maria Madalena, Maria, mãe de Tiago e Salomé, foram ungir o corpo de Jesus imaginando como é que conseguiriam rolar a pesada pedra que fechava o túmulo. Porém, elas a encontraram já rolada e viram um jovem sentado no túmulo que lhes contou que Jesus havia ressuscitado e que elas deveriam contar para Pedro e os apóstolos que Ele iria se encontrar com eles na Galileia, “como havia prometido”. As mulheres correram e não contaram para ninguém    (Mc 16).

Jesús-aparece-a-dos-creyentes-que-viajan-a-Emaús

Mateus

Logo após o nascer do sol no dia seguinte ao sabbath, Maria Madalena e “a outra Maria” foram espiar o túmulo. Acompanhado de um terremoto, um anjo desceu dos céus e rolou a pedra na entrada. Ele diz para elas não terem medo e pede que elas contem aos discípulos que Jesus ressuscitou e que irá encontrá-los na Galileia. As mulheres se regojizaram e correram para contar as novidades aos discípulos, mas Jesus apareceu e repetiu o que foi dito pelo anjo. Os discípulos então foram para a Galileia e lá viram Jesus. Os soldados que guardavam o túmulo ficaram aterrorizados com o anjo e informaram aos sumo-sacerdotes. Furiosos, eles pagaram para que eles espalhassem a informação mentirosa de que os discípulos de Jesus haviam roubado o corpo “e esta notícia se há divulgado entre os judeus até o dia de hoje” (Mt 28).

2695205303_e59f20e407

Porque procura entre os mortos o que está vivo?

Lucas

Logo após o nascer do sol no dia seguinte ao sabbath algumas mulheres (Maria Madalena, Joana e Maria, mãe de Tiago) foram ungir o corpo de Jesus. Eles encontraram a pedra já rolada e o túmulo vazio. Repentinamente, dois homens apareceram atrás delas e disseram que Jesus havia ressuscitado. As mulheres contaram aos discípulos, que não acreditaram nelas, com exceção de Pedro, que correu até a tumba. Ele descobriu a mortalha no túmulo e foi embora imaginando o que poderia ter acontecido.

No mesmo dia, Jesus apareceu para dois seguidores na estrada para Emaús. Eles só o reconheceram quando ele partiu o pão e deu graças, desaparecendo em seguida. Os dois imediatamente seguiram para Jerusalém, onde encontraram os discípulos excitados com a aparição de Jesus a Pedro. Quando eles começaram a contar a história, Jesus apareceu para todos eles, que ficam assustados, mas ele os convidou a tocarem no seu corpo, comerem com ele e explicou que nele as profecias se realizaram (Lc 24).

Atos dos Apóstolos

Na continuação do relato de Lucas, Jesus apareceu para diversas pessoas por quarenta dias, dando muitas provas de sua ressurreição e instruindo os apóstolos a não deixarem Jerusalém antes de serem batizados pelo Espírito Santo (At 1).

ascensc3a3o-de-jesus-cristo-1

Ascensão

João

Bem cedo no dia após o sabbath, antes do nascer do sol, Maria Madalena visitou o túmulo de Jesus e encontrou a pedra já rolada. Ela contou a Pedro e ao “discípulo amado”, que correram para lá, encontraram apenas a mortalha e foram para casa. Maria viu dois anjos e Jesus, que ela não reconheceu de imediato. Ele pediu a ela que contasse aos discípulos que Jesus irá ascender ao Pai, o que ela se apressou para fazer.

Naquela tarde, Jesus apareceu entre eles, mesmo as portas estando trancadas, e lhes conferiu o poder sobre o pecado e o de perdoar. Uma semana depois, ele apareceu para Tomé, que não tinha acreditado até então. Quando ele tocou as chagas de Jesus, disse “Meu senhor, meu Deus”, ao que Jesus respondeu “Creste, porque me viste? Bem-aventurados os que não viram e creram” (Jo 20).

2 dom Foto Sao Tome 2

Tomé toca as chagas de Jesus

No Catecismo da Igreja Católica (638-645)

AO TERCEIRO DIA, RESSUSCITOU DOS MORTOS

638. «Nós vos anunciamos a Boa-Nova de que a promessa feita aos nossos pais, a cumpriu Deus para nós, seus filhos, ao ressuscitar Jesus» (Act 13, 32-33). A ressurreição de Jesus é a verdade culminante da nossa fé em Cristo, acreditada e vivida como verdade central pela primeira comunidade cristã, transmitida como fundamental pela Tradição, estabelecida pelos documentos do Novo Testamento, pregada como parte essencial do mistério pascal, ao mesmo tempo que a cruz:

«Cristo ressuscitou dos mortos.
Pela Sua morte venceu a morte,
e aos mortos deu a vida» (542).

I. Acontecimento histórico e transcendente

639. O mistério da ressurreição de Cristo é um acontecimento real, com manifestações historicamente verificadas, como atesta o Novo Testamento. Já São Paulo, por volta do ano 56, pôde escrever aos Coríntios: «Transmiti-vos, em primeiro lugar, o mesmo que havia recebido: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras, e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras: a seguir, apareceu a Pedro, depois aos Doze» (1 Cor 15, 3-4). O Apóstolo fala aqui da tradição viva da ressurreição, de que tinha tomado conhecimento após a sua conversão, às portas de Damasco (543).

O TÚMULO VAZIO

640. «Por que motivo procurais entre os mortos Aquele que está vivo? Não está aqui, ressuscitou» (Lc 24, 5-6). No quadro dos acontecimentos da Páscoa, o primeiro elemento que se nos oferece é o sepulcro vazio. Isso não é, em si, uma prova directa. A ausência do corpo de Cristo do sepulcro poderia explicar-se doutro modo (544). Apesar disso, o sepulcro vazio constitui, para todos, um sinal essencial. A descoberta do facto pelos discípulos foi o primeiro passo para o reconhecimento do facto da ressurreição. Foi, primeiro, o caso das santas mulheres (545), depois o de Pedro (546). «O discípulo que Jesus amava» (Jo 20, 2) afirma que, ao entrar no sepulcro vazio e ao descobrir «os lençóis no chão» (Jo 20, 6), «viu e acreditou» (547); o que supõe que ele terá verificado, pelo estado em que ficou o sepulcro vazio “‘, que a ausência do corpo de Jesus não podia ter sido obra humana e que Jesus não tinha simplesmente regressado a uma vida terrena, como fora o caso de Lázaro (549).

AS APARIÇÕES DO RESSUSCITADO

641. Maria Madalena e as santas mulheres, que vinham para acabar de embalsamar o corpo de Jesus (550), sepultado à pressa por causa do início do «Sábado», no fim da tarde de Sexta-feira Santa (551), foram as primeiras pessoas a encontra-se com o Ressuscitado (552). Assim, as mulheres foram as primeiras mensageiras da ressurreição de Cristo para os próprios Apóstolos (553). Em seguida, foi a eles que Jesus apareceu: primeiro a Pedro, depois aos Doze (554). Pedro, incumbido de consolidar a fé dos seus irmãos (555), vê, portanto, o Ressuscitado antes deles e é com base no seu testemunho que a comunidade exclama: «Realmente, o Senhor ressuscitou e apareceu a Simão» (Lc 24, 34.36).

adf6907700dc2dc8d3d008b6e355bb67_XL

642. Tudo quanto aconteceu nestes dias pascais empenha cada um dos Apóstolos – e muito particularmente Pedro – na construção da era nova, que começa na manhã do dia de Páscoa. Como testemunhas do Ressuscitado, eles são as pedras do alicerce da sua Igreja. A fé da primeira comunidade dos crentes está fundada no testemunho de homens concretos, conhecidos dos cristãos e, a maior parte, vivendo ainda entre eles. Estas «testemunhas da ressurreição de Cristo» (556) são, em primeiro lugar, Pedro e os Doze. Mas há outros: Paulo fala claramente de mais de quinhentas pessoas às quais Jesus apareceu em conjunto, além de Tiago e de todos os Apóstolos (557).

643. Perante estes testemunhos, é impossível interpretar a ressurreição de Cristo fora da ordem física e não a reconhecer como um facto histórico. Resulta, dos factos, que a fé dos discípulos foi submetida à prova radical da paixão e morte de cruz do seu Mestre, por este de antemão anunciada (558). O abalo provocado pela paixão foi tão forte que os discípulos (pelo menos alguns) não acreditaram imediatamente na notícia da ressurreição. Longe de nos apresentar uma comunidade tomada de exaltação mística, os evangelhos apresentam-nos os discípulos abatidos (de «rosto sombrio»: Lc 24, 17) e apavorados (559). Foi por isso que não acreditaram nas santas mulheres, regressadas da sua visita ao túmulo, e «as suas narrativas pareceram-lhe um desvario» (Lc 24, 11) (560). Quando Jesus apareceu aos onze, na tarde do dia de Páscoa, «censurou-lhes a falta de fé e a teimosia em não quererem acreditar naqueles que O tinham visto ressuscitado» (Mc 16, 14).

644.  Mesmo confrontados com a realidade de Jesus Ressuscitado, os discípulos ainda duvidam (561) de tal modo isso lhes parecia impossível: julgavam ver um fantasma (562). «Por causa da alegria, estavam ainda sem querer acreditar e cheios de assombro» (Lc 24, 41). Tomé experimentará a mesma provação da dúvida (563), e quando da última aparição na Galileia, referida por Mateus, «alguns ainda duvidavam» (Mt 28, 17).É por isso que a hipótese, segundo a qual a ressurreição teria sido um «produto» da fé (ou da credulidade) dos Apóstolos, é inconsistente. Pelo contrário, a sua fé na ressurreição nasceu — sob a acção da graça divina da experiência directa da realidade de Jesus Ressuscitado.

O ESTADO DA HUMANIDADE RESSUSCITADA DE CRISTO

645. Jesus Ressuscitado estabeleceu com os seus discípulos relações directas, através do contacto físico (564) e da participação na refeição (565). Desse modo, convida-os a reconhecer que não é um espírito (566), e sobretudo a verificar que o corpo ressuscitado, com o qual se lhes apresenta, é o mesmo que foi torturado e crucificado, pois traz ainda os vestígios da paixão (567). No entanto, este corpo autêntico e real possui, ao mesmo tempo, as propriedades novas dum corpo glorioso: não está situado no espaço e no tempo, mas pode, livremente, tornar-se presente onde e quando quer (568), porque a sua humanidade já não pode ser retida sobre a terra e já pertence exclusivamente ao domínio divino do Pai (569). Também por este motivo, Jesus Ressuscitado é soberanamente livre de aparecer como quer: sob a aparência dum jardineiro (570) ou «com um aspecto diferente» (Mc 16, 12) daquele que era familiar aos discípulos; e isso, precisamente, para lhes despertar a fé (571).

646. A ressurreição de Cristo não foi um regresso à vida terrena, como no caso das ressurreições que Ele tinha realizado antes da Páscoa: a filha de Jairo, o jovem de Naim e Lázaro. Esses factos eram acontecimentos milagrosos, mas as pessoas miraculadas reencontravam, pelo poder de Jesus, uma vida terrena «normal»: em dado momento, voltariam a morrer. A ressurreição de Cristo é essencialmente diferente. No seu corpo ressuscitado, Ele passa do estado de morte a uma outra vida, para além do tempo e do espaço. O corpo de Cristo é, na ressurreição, cheio do poder do Espírito Santo; participa da vida divina no estado da sua glória, de tal modo que São Paulo pode dizer de Cristo que Ele é o «homem celeste» (572).

(transcrição na integra do CIC)

Fontes:

11º Encontro (Catequese) – Evangelho de Mateus

Série: Animo, uma nova Catequese (Encontro 11/40)

Folha modelo base - Copy (4)

Sugestão de folha de encontro

 

Neste encontro vamos falar sobre o primeiro evangelho no cânon oficial da Bíblia católica, o Evangelho de Jesus Cristo Segundo Mateus. O nome pomposo seria esse mesmo, mas nos referimos sempre com O evangelho de São Mateus.

São Mateus porque foi canonizado como Santo pela Igreja Católica.

É uma boa oportunidade para promover o encontro dos catequisandos com a Palavra de Deus, lembrando sempre que a Bíblia deve ser nosso porto seguro nesta vivência de fé que será nossa caminhada até os sacramentos.

Dito isso podemos iniciar com a oração do Pai Nosso, Ave Maria e o Vinde Espírito Santo e logo depois fazermos o nosso canto que eu sugiro Se Compreendesses o Dom de Deus da Adriana.

No terceiro momento poderia ser explicado o que são os evangelhos e sobre quem foi Mateus e uma breve explanação sobre seu Evangelho

Num quarto momento seria muito interessante que se separasse em duplas ou trios e cada um recebesse uma leitura do livro de Mateus (tem muitas passagens sobre milagres e sermões, fica a critério da equipe a escolha) só não use o Sermão da Montanha porque será usado na reflexão.

Depois que cada dupla (ou trio) ler, é feito uma pequena apresentação para os demais catequizandos, pode ser uma leitura do texto ou eles contarem sobre o fato, o importante é ser apresentado e melhor ainda se tiverem perguntas. Para isso os catequistas devem ter lido previamente tudo e depois refletirem com o grupo.

O quinto momento é a reflexão  do Sermão da Montanha (Mt 5-7). Coloca-se uma música de fundo, bem baixinha, todos sentados em silêncio para a oração  (reflexão). Cada catequista lê um trecho do texto, de pé, circulando por trás da roda. Deve ser uma leitura calma e clara. Ao final da leitura um dos catequistas faz uma breve reflexão, em forma de perguntas (exemplos : Quem nunca julgou as ações de outras pessoas sem saber ao certo o porquê? Quantas vezes você critica o outro e não admite seus defeitos?, etc…). São perguntas para que todos reflitam mas não é preciso esperar por respostas naquele momento.

Depois é dados os avisos da comunidade, cobrado novamente os documentos dos que serão batizados (como expliquei no último encontro).

Ai vem o canto final e a minha sugestão é Eis que Faço Novas Todas as Coisas

De oração final A Oração de São Mateus ( se possível em cartões para eles levarem embora depois)

Oração de São Mateus

São Mateus que deixastes a riqueza para seguir com entusiasmo o chamado do Mestre, fazendo da pobreza um hino de louvor a Jesus, intercedei por mim, que me encontro em aflição. Vós que ouvistes do Mestre as palavras: “Não ajunteis para vós os tesouros da terra, a onde a traça e o caruncho os destroem, e onde os ladrões arrombam e roubam, mas ajuntai para vós os tesouros dos céus!” Ensinai-me ó São Mateus o verdadeiro valor das coisas terrenas e não permiti que a ganância e a soberba dirijam meus atos. Protegei o que é meu e de minha família da ganância e do alcance alheio, para que as minhas posses não lhes causem cobiça nem ensejem atos ilícitos desvairados. Ensinai-me por fim, a ajuntar tesouros no céu e a servir a Deus e não ao dinheiro. Amém!

Regnier_Matthieu

Pintura de Mateus e o anjo

Aprofundamento para o Catequista

Evangelho numa tradução direta significa Boa Nova, então trata-se da “ Boa notícia “ trazida” da missão do Filho de Deus na terra.

Na lista dos evangelhos Os 3 primeiros são chamados de sinóticos, literalmente iguais. É consenso que Marcos foi o primeiro a escrever um evangelho e que tanto Lucas como Mateus usaram desta Fonte para escrever as suas versões do evangelho. Então Mateus é o mais completo e foi colocado no início.  Já o evangelho segundo João é totalmente diferente dos primeiros três e fala mais da divindade de Jesus, do mistério  É da sua vida pastoral. Se fôssemos levar me conta, apenas Mateus e João podem ser realmente considerados por terem sido apenas os dois discípulos diretos de Jesus, mas não se pode negar que tanto Lucas como Marcos tiveram boas fontes para escreverem seus textos.

Os evangelhos foram escritos por homens que estiveram entre os primeiros a ter fé e que queriam compartilhá-la com outros. Depois de terem conhecido na fé quem foi Jesus, puderam ver os traços de seu mistério em toda a sua vida terrestre. Desde os paninhos de sua atividade até o vinagre de sua Paixão e o sudário de sua Ressurreição,  tudo na vida de Jesus é sinal de seu Mistério. Por meio de seus gestos, de seus milagres, de suas palavras, foi revelado que “ nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade “(Cl 2,9). Sua humanidade aparece, a assim,como o “ sacramento”, isto é, o sinal e o instrumento de sua divindade e da salvação que ele traz: o que havia de visível em sua vida terrestre apontava para o mistério invisível de sua filiação divina e de sua missão redentora. CIC 515

Mateus foi um dos primeiros discípulos chamados por Jesus. Ele era um publicano que recebia os impostos. Detalhe quase sempre deixado de lado é que ele recebia os impostos e não cobrava, ou seja ele tinha uma cadeira com uma tenda próxima ao templo. Outro detalhe, era que Mateus cobrava impostos para o templo e este repassada para Roma. Como as moedas tinha a efígie do imperador romano Cesar os doutores da lei não gostavam de ter contato com o dinheiro romano e Mateus tinha este emprego e por isso mesmo era discriminado e tratado como impuro. Simplificando : Mateus era também um trabalhador que exercia um serviço mal visto.

Porém nesta função ele também tinha a possibilidade de desviar somas de dinheiro para ele mesmo, e algumas tradições falam que ele se tornará um homem rico por isso.

Jesus ao passar perto de Mateus (em algumas passagens chamado de Levi)  o chama dizendo simplesmente : Vem e me segue. É ele abandonou tudo e o seguiu. Pouco se fala sobre ele na Bíblia , mas a sua importância não pode ser negada já que um dos Evangelhos é de sua autoria. Tudo indica que Mateus teve acesso ao evangelho de Marcos, pois grande parte do seu texto tem equivalente no de Marcos, mas como discípulo Mateus decidiu escrever o seu evangelho cobrindo as lacunas deixadas por Marcos que não tinha sido realmente discípulo. Então de todos os evangelhos chamados sinóticos o de Mateus é o mais completo e por isso figura como o primeiro na lista.

Na liturgia da Igreja Católica cada ano é dedicado a um dos evangelhos sinóticos e a João em tempos específicos. Mateus é do ano A e ao final de cada 3 anos o ciclo recomeça.

Na simbologia que vem desde as igrejas orientais e também por estudos de Santo Irineu (por volta de 203 d.C.) e depois por Santo Agostinho  (por volta de 439 d.C.) cada evangelista tem um símbolo e Mateus é simbolizado por um anjo, o que remete a uma profecia de Ezequiel (Ex 1,1-4;10,14) e também em Ap 4,6-7.

Também seu evangelho após toda a narração da descendência de Jesus já inicia falando do anjo que veio confirmar com José que Maria estava grávida pelo poder do Espírito Santo (cf. MT 1, 20-25)

Para um aprofundamento ainda maior leia Evangelho Segundo São Mateus (clique na palavra)

Fiquem com Deus

Sermão da Montanha – Completo

Evangelho segundo São Mateus – Capítulo 5

  1. Jesus, pois, vendo as multidões, subiu ao monte; e, tendo se assentado, aproximaram-se os seus discípulos,
  2. e ele se pôs a ensiná-los, dizendo:
  3. Bem-aventurados os humildes de espírito, porque deles é o reino dos céus.
  4. Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados.
  5. Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra.
  6. Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça porque eles serão fartos.
  7. Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia.
  8. Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus.
  9. Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.
  10. Bem-aventurados os que são perseguidos por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.
  11. Bem-aventurados sois vós, quando vos injuriarem e perseguirem e, mentindo, disserem todo mal contra vós por minha causa.
  12. Alegrai-vos e exultai, porque é grande o vosso galardão nos céus; porque assim perseguiram aos profetas que foram antes de vós.
  13. Vós sois o sal da terra; mas se o sal se tornar insípido, com que se há de restaurar-lhe o sabor? Para nada mais presta, senão para ser lançado fora, e ser pisado pelos homens.
  14. Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder uma cidade situada sobre um monte;
  15. nem os que acendem uma candeia a colocam debaixo do alqueire, mas no velador, e assim ilumina a todos que estão na casa.
  16. Assim resplandeça a vossa luz diante dos homens, para que vejam as vossas boas obras, e glorifiquem a vosso Pai, que está nos céus.
  17. Não penseis que vim destruir a lei ou os profetas; não vim destruir, mas cumprir.
  18. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, de modo nenhum passará da lei um só jota ou um só til, até que tudo seja cumprido.
  19. Qualquer, pois, que violar um destes mandamentos, por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que os cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus.
  20. Pois eu vos digo que, se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no reino dos céus.
  21. Ouvistes que foi dito aos antigos: Não matarás; e, Quem matar será réu de juízo.
  22. Eu, porém, vos digo que todo aquele que se encolerizar contra seu irmão, será réu de juízo; e quem disser a seu irmão: Raca, será réu diante do sinédrio; e quem lhe disser: Tolo, será réu do fogo do inferno.
  23. Portanto, se estiveres apresentando a tua oferta no altar, e aí te lembrares de que teu irmão tem alguma coisa contra ti,
  24. deixa ali diante do altar a tua oferta, e vai conciliar-te primeiro com teu irmão, e depois vem apresentar a tua oferta.
  25. Concilia-te depressa com o teu adversário, enquanto estás no caminho com ele; para que não aconteça que o adversário te entregue ao guarda, e sejas lançado na prisão.
  26. Em verdade te digo que de maneira nenhuma sairás dali enquanto não pagares o último centavo.
  27. Ouvistes que foi dito: Não adulterarás.
  28. Eu, porém, vos digo que todo aquele que olhar para uma mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.
  29. Se o teu olho direito te faz tropeçar, arranca-o e lança-o de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que seja todo o teu corpo lançado no inferno.
  30. E, se a tua mão direita te faz tropeçar, corta-a e lança-a de ti; pois te é melhor que se perca um dos teus membros do que vá todo o teu corpo para o inferno.
  31. Também foi dito: Quem repudiar sua mulher, dê-lhe carta de divórcio.
  32. Eu, porém, vos digo que todo aquele que repudia sua mulher, a não ser por causa de infidelidade, a faz adúltera; e quem casar com a repudiada, comete adultério.
  33. Outrossim, ouvistes que foi dito aos antigos: Não jurarás falso, mas cumprirás para com o Senhor os teus juramentos.
  34. Eu, porém, vos digo que de maneira nenhuma jureis; nem pelo céu, porque é o trono de Deus;
  35. nem pela terra, porque é o escabelo de seus pés; nem por Jerusalém, porque é a cidade do grande Rei;
  36. nem jures pela tua cabeça, porque não podes tornar um só cabelo branco ou preto.
  37. Seja, porém, o vosso falar: Sim, sim; não, não; pois o que passa daí, vem do Maligno.
  38. Ouvistes que foi dito: Olho por olho, e dente por dente.
  39. Eu, porém, vos digo que não resistais ao homem mau; mas a qualquer que te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
  40. e ao que quiser pleitear contigo, e tirar-te a túnica, larga-lhe também a capa;
  41. e, se qualquer te obrigar a caminhar mil passos, vai com ele dois mil.
  42. Dá a quem te pedir, e não voltes as costas ao que quiser que lhe emprestes.
  43. Ouvistes que foi dito: Amarás ao teu próximo, e odiarás ao teu inimigo.
  44. Eu, porém, vos digo: Amai aos vossos inimigos, e orai pelos que vos perseguem;
  45. para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus; porque ele faz nascer o seu sol sobre maus e bons, e faz chover sobre justos e injustos.
  46. Pois, se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo?
  47. E, se saudardes somente os vossos irmãos, que fazeis demais? Não fazem os gentios também o mesmo?
  48. Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai celestial.

Evangelho segundo São Mateus – Capítulo 6

  1. Guardai-vos de fazer as vossas boas obras diante dos homens, para serdes vistos por eles; de outra sorte não tereis recompensa junto de vosso Pai, que está nos céus.
  2. Quando, pois, deres esmola, não faças tocar trombeta diante de ti, como fazem os hipócritas nas sinagogas e nas ruas, para serem glorificados pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
  3. Mas, quando tu deres esmola, não saiba a tua mão esquerda o que faz a direita;
  4. para que a tua esmola fique em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
  5. E, quando orardes, não sejais como os hipócritas; pois gostam de orar em pé nas sinagogas, e às esquinas das ruas, para serem vistos pelos homens. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
  6. Mas tu, quando orares, entra no teu quarto e, fechando a porta, ora a teu Pai que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
  7. E, orando, não useis de vãs repetições, como os gentios; porque pensam que pelo seu muito falar serão ouvidos.
  8. Não vos assemelheis, pois, a eles; porque vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho pedirdes.
  9. Portanto, orai vós deste modo: Pai nosso que estás nos céus, santificado seja o teu nome;
  10. venha o teu reino, seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu;
  11. o pão nosso de cada dia nos dá hoje;
  12. e perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também temos perdoado aos nossos devedores;
  13. e não nos deixes entrar em tentação; mas livra-nos do mal. [Porque teu é o reino e o poder, e a glória, para sempre, Amém.]
  14. Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós;
  15. se, porém, não perdoardes aos homens, tampouco vosso Pai perdoará vossas ofensas.
  16. Quando jejuardes, não vos mostreis tristes como os hipócritas; porque eles desfiguram os seus rostos, para que os homens vejam que estão jejuando. Em verdade vos digo que já receberam a sua recompensa.
  17. Tu, porém, quando jejuares, unge a tua cabeça, e lava o teu rosto,
  18. para não mostrar aos homens que estás jejuando, mas a teu Pai, que está em secreto; e teu Pai, que vê em secreto, te recompensará.
  19. Não ajunteis para vós tesouros na terra; onde a traça e a ferrugem os consomem, e onde os ladrões minam e roubam;
  20. mas ajuntai para vós tesouros no céu, onde nem a traça nem a ferrugem os consumem, e onde os ladrões não minam nem roubam.
  21. Porque onde estiver o teu tesouro, aí estará também o teu coração.
  22. A luz do corpo são os olhos; de sorte que, se os teus olhos forem bons, todo teu corpo terá luz;
  23. se, porém, os teus olhos forem maus, o teu corpo será tenebroso. Se, portanto, a luz que em ti há são trevas, quão grandes são tais trevas!
  24. Ninguém pode servir a dois senhores; porque ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de dedicar-se a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e às riquezas.
  25. Por isso vos digo: Não estejais ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer, ou pelo que haveis de beber; nem, quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento, e o corpo mais do que o vestuário?
  26. Olhai para as aves do céu, que não semeiam, nem ceifam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta. Não valeis vós muito mais do que elas?
  27. Qual de vós, por mais que se esforce, pode acrescentar um só côvado à duração de sua vida?
  28. E pelo que haveis de vestir, por que andais ansiosos? Olhai para os lírios do campo, como crescem; não trabalham nem fiam;
  29. contudo vos digo que nem mesmo Salomão em toda a sua glória se vestiu como um deles.
  30. Pois, se Deus assim veste a erva do campo, que hoje existe e amanhã é lançada no forno, quanto mais a vós, homens de pouca fé?
  31. Portanto, não vos inquieteis, dizendo: Que havemos de comer? ou: Que havemos de beber? ou: Com que nos havemos de vestir?
  32. (Pois a todas estas coisas os gentios procuram.) Porque vosso Pai celestial sabe que precisais de tudo isso.
  33. Buscai, pois, em primeiro lugar o Reino de Deus e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão dadas de acréscimo.
  34. Não vos inquieteis, pois, pelo dia de amanhã; porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. A cada dia basta o seu cuidado.

      Evangelho segundo São Mateus – Capítulo 7

  1. Não julgueis, para que não sejais julgados.
  2. Porque com o juízo com que julgais, sereis julgados; e com a medida com que medis vos medirão a vós.
  3. E por que vês o argueiro no olho do teu irmão, e não reparas na trave que está no teu olho?
  4. Ou como dirás a teu irmão: Deixa-me tirar o argueiro do teu olho, quando tens a trave no teu?
  5. Hipócrita! tira primeiro a trave do teu olho; e então verás bem para tirar o argueiro do olho do teu irmão.
  6. Não deis aos cães o que é santo, nem lanceis aos porcos as vossas pérolas, para não acontecer que as calquem aos pés e, voltando-se, vos despedacem.
  7. Pedi, e dar-se-vos-á; buscai, e achareis; batei e abrir-se-vos-á.
  8. Pois todo o que pede, recebe; e quem busca, acha; e ao que bate, abrir-se-lhe-á.
  9. Ou qual dentre vós é o homem que, se seu filho lhe pedir pão, lhe dará uma pedra?
  10. Ou, se lhe pedir peixe, lhe dará uma serpente?
  11. Se vós, pois, sendo maus, sabeis dar boas dádivas a vossos filhos, quanto mais vosso Pai, que está nos céus, dará boas coisas aos que lhas pedirem?
  12. Portanto, tudo o que vós quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles; porque esta é a lei e os profetas.
  13. Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela;
  14. e porque estreita é a porta, e apertado o caminho que conduz à vida, e poucos são os que a encontram.
  15. Guardai-vos dos falsos profetas, que vêm a vós disfarçados em ovelhas, mas interiormente são lobos devoradores.
  16. Pelos seus frutos os conhecereis. Colhem-se, porventura, uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos?
  17. Assim, toda árvore boa produz bons frutos; porém a árvore má produz frutos maus.
  18. Uma árvore boa não pode dar maus frutos; nem uma árvore má dar frutos bons.
  19. Toda árvore que não produz bom fruto é cortada e lançada no fogo.
  20. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis.
  21. Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus.
  22. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitos milagres?
  23. Então lhes direi claramente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade.
  24. Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as põe em prática, será comparado a um homem prudente, que edificou a casa sobre a rocha.
  25. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa; contudo não caiu, porque estava fundada sobre a rocha.
  26. Mas todo aquele que ouve estas minhas palavras, e não as põe em prática, será comparado a um homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia.
  27. E desceu a chuva, correram as torrentes, sopraram os ventos, e bateram com ímpeto contra aquela casa, e ela caiu; e grande foi a sua queda.
  28. Ao concluir Jesus este discurso, as multidões se maravilhavam da sua doutrina;
  29. porque as ensinava como tendo autoridade, e não como os escribas.

Creio em Deus-Pai todo poderoso (CIC 142-184) História e Transcrição

Série: Animo, uma nova Catequese (Complemento 4 – Estudo)

Este post trata-se da transcrição do texto do CIC 142-184 Primeira parte -Profissão de Fé e contém uma breve história do Credo Niceno-Constantinopolitano

niceia4

Ícone do Concílio de Niceia em 325 d.C.

A RESPOSTA DO HOMEM A DEUS (Transcrição do Catecismo da Igreja Católica)

  1. Pela sua revelação, Deus invisível, na riqueza do seu amor, fala aos homens como amigos e convive com eles, para os convidar e admitir à comunhão com Ele. A resposta adequada a este convite é a fé.
  2. Pela fé, o homem submete completamente a Deus a inteligência e a vontade; com todo o seu ser, o homem dá assentimento a Deus revelador. A Sagrada Escritura chama obediência da fé a esta resposta do homem a Deus revelador.

ARTIGO 1

EU CREIO

  1. A obediência da fé
  2. Obedecer (ob-audire) na fé é submeter-se livremente à palavra escutada, por a sua verdade ser garantida por Deus, que é a própria verdade. Desta obediência, o modelo que a Sagrada Escritura nos propõe é Abraão. A sua realização mais perfeita é a da Virgem Maria.

ABRAÃO – O PAI DE TODOS OS CRENTES

  1. A Epístola aos Hebreus, no grande elogio que faz da fé dos antepassados, insiste particularmente na fé de Abraão: Pela fé, Abraão obedeceu ao chamamento de Deus, e partiu para uma terra que viria a receber como herança: partiu, sem saber para onde ia (Heb 11, 8). Pela fé, viveu como estrangeiro e peregrino na terra prometida . Pela fé, Sara recebeu a graça de conceber o filho da promessa. Pela fé, finalmente, Abraão ofereceu em sacrifício o seu filho único .
  2. Abraão realiza assim a definição da fé dada pela Epístola aos Hebreus: A fé constitui a garantia dos bens que se esperam, e a prova de que existem as coisas que não se vêem (Heb 11, 1). Abraão acreditou em Deus, e isto foi-lhe atribuído como justiça (Rm 4, 3). Fortalecido por esta fé (Rm 4, 20), Abraão tornou-se o pai de todos os crentes (Rm 4, 11. 18).
  3. O Antigo Testamento é rico em testemunhos desta fé. A Epístola aos Hebreus faz o elogio da fé exemplar dos antigos, que lhes valeu um bom testemunho (Heb 11, 2. 39). No entanto, para nós, Deus previra destino melhor: a graça de crer no seu Filho Jesus, guia da nossa fé, que Ele leva à perfeição (Heb 11, 40; 12, 2).

natal_presepio_n

MARIA – FELIZ AQUELA QUE ACREDITOU

  1. A Virgem Maria realiza, do modo mais perfeito, a obediência da fé. Na fé, Maria acolheu o anúncio e a promessa trazidos pelo anjo Gabriel, acreditando que a Deus nada é impossível (Lc 1, 37) e dando o seu assentimento: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra (Lc 1, 38). Isabel saudou-a: Feliz aquela que acreditou no cumprimento de quanto lhe foi dito da parte do Senhor (Lc 1, 45). É em virtude desta fé que todas as gerações a hão-de proclamar bem-aventurada .
  2. Durante toda a sua vida e até à última provação , quando Jesus, seu filho, morreu na cruz, a sua fé jamais vacilou. Maria nunca deixou de crer no cumprimento da Palavra de Deus. Por isso, a Igreja venera em Maria a mais pura realização da fé.
  3. Eu sei em quem pus a minha fé (2 Tm 1, 12)

CRER SÓ EM DEUS

  1. Antes de mais, a fé é uma adesão pessoal do homem a Deus. Ao mesmo tempo, e inseparavelmente, é o assentimento livre a toda a verdade revelada por Deus. Enquanto adesão pessoal a Deus e assentimento à verdade por Ele revelada, a fé cristã difere da fé numa pessoa humana. É justo e bom confiar totalmente em Deus e crer absolutamente no que Ele diz. Seria vão e falso ter semelhante fé numa criatura.

CRER EM JESUS CRISTO, FILHO DE DEUS

  1. Para o cristão, crer em Deus é crer inseparavelmente n’Aquele que Deus enviou – no seu Filho muito amado em quem Ele pôs todas as suas complacências : Deus mandou-nos que O escutássemos . O próprio Senhor disse aos seus discípulos: Acreditais em Deus, acreditai também em Mim (Jo 14, 1). Podemos crer em Jesus Cristo, porque Ele próprio é Deus, o Verbo feito carne: A Deus, nunca ninguém O viu. O Filho Unigênito, que está no seio do Pai, é que O deu a conhecer (Jo 1, 18). Porque viu o Pai (Jo 6, 46), Ele é o único que O conhece e O pode revelar .

CRER NO ESPÍRITO SANTO

  1. Não é possível acreditar em Jesus Cristo sem ter parte no seu Espírito. É o Espírito Santo que revela aos homens quem é Jesus. Porque ninguém é capaz de dizer: “Jesus é Senhor”, a não ser pela ação do Espírito Santo (1 Cor 12, 3). O Espírito penetra todas as coisas, até o que há de mais profundo em Deus […]. Ninguém conhece o que há em Deus senão o Espírito de Deus (1 Cor 2, 10-11). Só Deus conhece inteiramente Deus. Nós cremos no Espírito Santo, porque Ele é Deus.

A Igreja não cessa de confessar a sua fé num só Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

III. As características da fé

A FÉ É UMA GRAÇA

  1. Quando Pedro confessa que Jesus é o Cristo, o Filho do Deus vivo, Jesus declara-lhe que esta revelação não lhe veio «da carne nem do sangue, mas do seu Pai que está nos Céus (Mt 16, 17) . A fé é um dom de Deus, uma virtude sobrenatural infundida por Ele. Para prestar esta adesão da fé, são necessários a prévia e concomitante ajuda da graça divina e os interiores auxílios do Espírito Santo, o qual move e converte o coração para Deus, abre os olhos do entendimento, e dá “a todos a suavidade em aceitar e crer a verdade”.

A FÉ É UM ATO HUMANO

  1. O ato de fé só é possível pela graça e pelos auxílios interiores do Espírito Santo. Mas não é menos verdade que crer é um ato autenticamente humano. Não é contrário nem à liberdade nem à inteligência do homem confiar em Deus e aderir às verdades por Ele reveladas. Mesmo nas relações humanas, não é contrário à nossa própria dignidade acreditar no que outras pessoas nos dizem acerca de si próprias e das suas intenções, e confiar nas suas promessas (como, por exemplo, quando um homem e uma mulher se casam), para assim entrarem em mútua comunhão. Por isso, é ainda menos contrário à nossa dignidade prestar, pela fé, submissão plena da nossa inteligência e da nossa vontade a Deus revelador e entrar assim em comunhão intima com Ele.
  2. Na fé, a inteligência e a vontade humanas cooperam com a graça divina: Credere est actas intellectus assentientis veritati divinae ex imperio voluntatis, a Deo motae per gratiam”Crer é o ato da inteligência que presta o seu assentimento à verdade divina, por determinação da vontade, movida pela graça de Deus.

lkkFY6l

A FÉ E A INTELIGÊNCIA

  1. O motivo de crer não é o fato de as verdades reveladas aparecerem como verdadeiras e inteligíveis à luz da nossa razão natural. Nós cremos por causa da autoridade do próprio Deus revelador, que não pode enganar-se nem enganar-nos. Contudo, para que a homenagem da nossa fé fosse conforme à razão, Deus quis que os auxílios interiores do Espírito Santo fossem acompanhados de provas exteriores da sua Revelação. Assim, os milagres de Cristo e dos santos, as profecias, a propagação e a santidade da Igreja, a sua fecundidade e estabilidade são sinais certos da Revelação, adaptados à inteligência de todos, motivos de credibilidade, mostrando que o assentimento da fé não é, de modo algum, um movimento cego do espírito.
  2. A fé é certa, mais certa que qualquer conhecimento humano, porque se funda na própria Palavra de Deus, que não pode mentir. Sem dúvida, as verdades reveladas podem parecer obscuras à razão e à experiência humanas; mas a certeza dada pela luz divina é maior do que a dada pela luz da razão natural. Dez mil dificuldades não fazem uma só dúvida.
  3. A fé procura compreender: é inerente à fé o desejo do crente de conhecer melhor Aquele em quem acreditou, e de compreender melhor o que Ele revelou; um conhecimento mais profundo exigirá, por sua vez, uma fé maior e cada vez mais abrasada em amor. A graça da fé abre os olhos do coração (Ef 1, 18) para uma inteligência viva dos conteúdos da Revelação, isto é, do conjunto do desígnio de Deus e dos mistérios da fé, da íntima conexão que os Liga entre si e com Cristo, centro do mistério revelado. Ora, para que a compreensão da Revelação seja cada vez mais profunda, o mesmo Espírito Santo aperfeiçoa sem cessar a fé, mediante os seus dons. Assim, conforme o dito de Santo Agostinho, eu creio para compreender e compreendo para crer melhor.
  4. Fé e ciência. Muito embora a fé esteja acima da razão, nunca pode haver verdadeiro desacordo entre ambas: o mesmo Deus, que revela os mistérios e comunica a fé, também acendeu no espírito humano a luz da razão. E Deus não pode negar-Se a Si próprio, nem a verdade pode jamais contradizer a verdade. É por isso que a busca metódica, em todos os domínios do saber, se for conduzida de modo verdadeiramente científico e segundo as normas da moral, jamais estará em oposição à fé: as realidades profanas e as da fé encontram a sua origem num só e mesmo Deus. Mais ainda: aquele que se esforça, com perseverança e humildade, por penetrar no segredo das coisas, é como que conduzido pela mão de Deus, que sustenta todos os seres e faz que eles sejam o que são, mesmo que não tenha consciência disso.

A LIBERDADE DA FÉ

  1. Para ser humana, a resposta da fé, dada pelo homem a Deus, deve ser voluntária. Por conseguinte, ninguém deve ser constrangido a abraçara fé contra vontade. Efetivamente, o ato de fé é voluntário por sua própria natureza. E certo que Deus chama o homem a servi-Lo em espírito e verdade; mas, se é verdade que este apelo obriga o homem em consciência, isso não quer dizer que o constranja […]. Isto foi evidente, no mais alto grau, em Jesus Cristo. De facto, Cristo convidou à fé e à conversão, mas de modo nenhum constrangeu alguém. Deu testemunho da verdade, mas não a impôs pela força aos seus contraditores. O seu Reino […] dilata-se graças ao amor, pelo qual, levantado na cruz, Cristo atrai a Si todos os homens.

A NECESSIDADE DA FÉ

  1. Para obter a salvação é necessário acreditar em Jesus Cristo e n’Aquele que O enviou para nos salvar . Porque “sem a fé não é possível agradar a Deus” (Heb 11, 6) e chegar a partilhar a condição de filhos seus; ninguém jamais pode justificar-se sem ela e ninguém que não “persevere nela até ao fim” (Mt 10, 22; 24, 13) poderá alcançar a vida eterna.

A PERSEVERANÇA NA FÉ

  1. A fé á um dom gratuito de Deus ao homem. Mas nós podemos perder este dom inestimável. Paulo adverte Timóteo a respeito dessa possibilidade: Combate o bom combate, guardando a fé e a boa consciência; por se afastarem desse princípio é que muitos naufragaram na fé (1 Tm 1, 18-19). Para viver, crescer e perseverar até ao fim na fé, temos de a alimentar com a Palavra de Deus; temos de pedir ao Senhor que no-la aumente ; ela deve agir pela caridade (Gl 5, 6) , ser sustentada pela esperança e permanecer enraizada na fé da Igreja.

A FÉ – VIDA ETERNA INICIADA

  1. A fé faz que saboreemos, como que de antemão, a alegria e a luz da visão beatifica, termo da nossa caminhada nesta Terra. Então veremos Deus face a face (1 Cor 13, 12), tal como Ele é (1 Jo 3, 2). A fé, portanto, é já o princípio da vida eterna:

Enquanto, desde já, contemplamos os benefícios da fé, como reflexo num espelho, é como se possuíssemos já as maravilhas que a nossa fé nos garante havermos de gozar um dia .

164. Por enquanto porém, caminhamos pela fé e não vemos claramente (2 Cor 5, 7), e conhecemos Deus como num espelho, de maneira confusa, […] imperfeita (1 Cor, 13, 12). Luminosa por parte d’Aquele em quem ela crê, a fé é muitas vezes vivida na obscuridade, e pode ser posta à prova. O mundo em que vivemos parece muitas vezes bem afastado daquilo que a ,fé nos diz: as experiências do mal e do sofrimento, das injustiças e da morte parecem contradizer a Boa-Nova, podem abalar a fé e tornarem-se, em relação a ela, uma tentação.

  1. É então que nos devemos voltar para as testemunhas da fé: Abraão, que acreditou, esperando contra toda a esperança (Rm 4, 18); a Virgem Maria que, na peregrinação da fé, foi até à noite da fé, comungando no sofrimento do seu Filho e na noite do seu sepulcro ; e tantas outras testemunhas da fé: envoltos em tamanha nuvem de testemunhas, devemos desembaraçar-nos de todo o fardo e do pecado que nos cerca, e correr com constância o risco que nos é proposto, fixando os olhos no guia da nossa fé, o qual a leva à perfeição (Heb 12, 1-2).

ARTIGO 2

NÓS CREMOS

  1. A fé é um ato pessoal, uma resposta livre do homem à proposta de Deus que Se revela. Mas não é um ato isolado. Ninguém pode acreditar sozinho, tal como ninguém pode viver só. Ninguém se deu a fé a si mesmo, como ninguém a si mesmo se deu a vida. Foi de outrem que o crente recebeu a fé; a outrem a deve transmitir. O nosso amor a Jesus e aos homens impele-nos a falar aos outros da nossa fé. Cada crente é, assim, um elo na grande cadeia dos crentes. Não posso crer sem ser amparado pela fé dos outros, e pela minha fé contribuo também para amparar os outros na fé.
  2. Eu creio: é a fé da Igreja, professada pessoalmente por cada crente, principalmente por ocasião do Batismo. Nós cremos: é a fé da Igreja, confessada pelos bispos reunidos em Concílio ou, de modo mais geral, pela assembleia litúrgica dos crentes. Eu creio: é também a Igreja, nossa Mãe, que responde a Deus pela sua fé e nos ensina a dizer: Eu creio, Nós cremos.
  3. Olhai, Senhor, para a fé da vossa Igreja
  4. É, antes de mais, a Igreja que crê, e que assim suporta, nutre e sustenta a minha fé. É primeiro a Igreja que, por toda a parte, confessa o Senhor (Te per orbem terrarum sancta confitetur Ecclesia – A Santa Igreja anuncia por toda a terra a glória do vosso nome» – como cantamos no Te Deum). Com ela e nela, também nós somos atraídos e levados a confessar: Eu creio, Nós cremos. É da Igreja que recebemos a fé e a vida nova em Cristo, pelo Batismo. No Ritual Romano, o ministro do Batismo pergunta ao catecúmeno: Que vens pedir à Igreja de Deus? E ele responde: – A fé. – Para que te serve a fé? – Para alcançar a vida eterna.
  5. A salvação vem só de Deus. Mas porque é através da Igreja que recebemos a vida da fé, a Igreja é nossa Mãe. Cremos que a Igreja é como que a mãe do nosso novo nascimento, mas não cremos na Igreja como se ela fosse a autora da nossa salvação. É porque é nossa Mãe, é também a educadora da nossa fé.
  6. A linguagem da fé
  7. Não acreditamos em fórmulas, mas sim nas realidades que as fórmulas exprimem e que a fé nos permite tocar. O ato [de fé] do crente não se detém no enunciado, mas na realidade [enunciada]. No entanto, é através das fórmulas da fé que nos aproximamos dessas realidades. As fórmulas permitem-nos exprimir e transmitir a fé, celebrá-la em comunidade, assimilá-la e dela viver cada vez mais.
  8. A Igreja, que é coluna e apoio da verdade (1 Tm 3, 15), guarda fielmente a fé transmitida aos santos de uma vez por todas . É ela que guarda a memória das palavras de Cristo. É ela que transmite, de geração em geração, a confissão de fé dos Apóstolos. Tal como uma mãe ensina os seus filhos a falar e, dessa forma, a compreender e a comunicar, a Igreja, nossa Mãe, ensina-nos a linguagem da fé, para nos introduzir na inteligência e na vida da fé.

III. Uma só fé

  1. Desde há séculos, através de tantas línguas, culturas, povos e nações, a Igreja não cessa de confessar a sua fé única, recebida de um só Senhor, transmitida por um só Batismo, enraizada na convicção de que todos os homens têm apenas um só Deus e Pai. Santo Irineu de Lião, testemunha desta fé, declara:
  2. A Igreja, embora dispersa por todo o mundo até aos confins da Terra, tendo recebido dos Apóstolos e dos seus discípulos a fé, […] guarda [esta pregação e esta fé] com tanto cuidado como se habitasse numa só casa; nela crê de modo idêntico, como tendo um só coração e uma só alma; prega-a e ensina-a e transmite-a com voz unânime, como se tivesse uma só boca.
  3. Através do mundo, as línguas diferem: mas o conteúdo da Tradição é um só e o mesmo. Nem as Igrejas estabelecidas na Germania têm outra fé ou outra tradição, nem as que se estabeleceram entre os Iberos ou entre os Celtas, as do Oriente, do Egito ou da Líbia, nem as que se fundaram no centro do mundo. A mensagem da Igreja é verídica e sólida, porque nela aparece um só e o mesmo caminho de salvação, em todo o mundo.
  4. Esta fé, que recebemos da Igreja, guardamo-la nós cuidadosamente, porque sem cessar, sob a ação do Espírito de Deus, tal como um depósito de grande valor encerrado num vaso excelente, ela rejuvenesce e faz rejuvenescer o próprio vaso que a contém.

52c4f0b28e7e7bab41581053924227a4

Resumindo:

  1. A fé é uma adesão pessoal, do homem todo, a Deus que Se revela. Comporta uma adesão da inteligência e da vontade à Revelação que Deus fez de Si mesmo, pelas suas ações e palavras.
  2. Crer tem, pois, uma dupla referência: à pessoa e à verdade; à verdade, pela confiança na pessoa que a atesta.
  3. Não devermos crer em mais ninguém senão em Deus, Pai, Filho e Espírito Santo.

179.  A fé é um dom sobrenatural de Deus. Para crer, o homem tem necessidade dos auxílios interiores do Espírito Santo.

  1. Crer é um ato humano, consciente e livre, que está de acordo com a dignidade da pessoa humana.
  2. Crer é um ato eclesial. A fé da Igreja precede, gera, suporta e nutre a nossa fé. A Igreja é a Mãe de todos os crentes. Ninguém pode ter a Deus por Pai, se não tiver a Igreja por Mãe.
  3. Nós cremos em tudo quanto está contido na Palavra de Deus, escrita ou transmitida, e que a Igreja propõe à nossa fé como divinamente revelado.
  4. A fé é necessária para a salvação. O próprio Senhor o afirma: Quem acreditar e for baptizado salvar-se-á, mas quem não acreditar será condenado (Mc 16, 16).
  5. A fé é um antegozo do conhecimento que nos tornará felizes na vida futura.

CREDO

SÍMBOLO DOS APÓSTOLOS CREDO DE NICEIA–CONSTANTINOPLA 
Creio em Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra;
Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra,
de todas as coisas visíveis e invisíveis.
e em Jesus Cristo, seu único Filho,
nosso Senhor,
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigénito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos Céus.
que foi concebido pelo poder
do Espírito Santo;
nasceu da Virgem Maria;
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria,
e Se fez homem.
padeceu sob Pôncio Pilatos,
foi crucificado, morto e sepultado;
desceu à mansão dos mortos;
ressuscitou ao terceiro dia;
subiu aos Céus;
está sentado à direita de Deus Pai
todo-poderoso, de onde há-de vir a julgar
os vivos e os mortos.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.

Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus, onde está sentado
à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória,
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.

Creio no Espírito Santo; Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho é adorado
e glorificado:
Ele que falou pelos profetas.
na santa Igreja Católica;
na comunhão dos Santos;
Creio na Igreja una, santa,
católica e apostólica.
na remissão dos pecados;
na ressurreição da carne;
na vida eterna.
Amém
Professo um só Batismo
para remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos,
e a vida do mundo que há-de vir.
Amém.
(CIC 142-184)

maxresdefault (4)
História

O Credo niceno-constantinopolitano, ou Símbolo niceno-constantinopolitano, é uma declaração de fé cristã aceita pela Igreja Católica, Igreja Ortodoxa, Igrejas Ortodoxas Orientais, Igreja Anglicana e pela maioria das denominações protestantes.

O nome “niceno-constantinopolitano” indica uma suposta relação com o Primeiro Concílio de Niceia 325 d.C.), no qual foi adaptado um credo semelhante (o Credo Niceno), e com o Primeiro Concílio de Constantinopla (381 d.C.), o qual teria revisto o texto de 325.

Na Igreja Católica Romana, o Credo de Niceia faz parte da profissão de fé. Tradicionalmente, o Credo niceno-constantinopolitano é considerado uma revisão, feita pelo Primeiro Concílio de Constantinopla em 381, do Credo Niceno de 325. Porém, desde mais de um século, se levantam dúvidas sobre esta explicação da origem do Credo niceno-constantinopolitano. Os atos do concílio de 381 não são conservados, e não existe nenhum documento com o texto do Credo niceno-constantinopolitano mais antigo dos atos do Concílio de Calcedônia de 451. No ano 431, o Primeiro Concílio de Éfeso citou o Credo Niceno de 325, e declarou que “é ilícito para qualquer um para apresentar, ou escrever, ou compor uma fé diversa (ἑτέραν – no sentido de “contraditório” e não de “adicional”) da estabelecida pelos Santos Padres reunidos com o Espírito Santo em Niceia” (ou seja, o Credo de 325). A falta de menção do Credo niceno-constantinopolitano nos escritos do intervalo entre 381 (Primeiro Concílio de Constantinopla) e 451 (Concílio de Calcedônia), particularmente nos atos deste Concílio de Éfeso, até tem inspirado a alguns a ideia de que o texto foi apresentado ao Concílio de Calcedônia para superar o problema da proibição efesino de novas formulações. Porém, segundo a Enciclopédia Britannica e outros estudiosos, é mais provável a autoria ou aprovação do Concílio de Constantinopla, mas sobre a base não do Credo niceno, senão de um Credo batismal local, talvez de Jerusalém, de Cesareia, de Antioquia ou de Constantinopla.

Uso Litúrgico

Na missa do rito romano, recita-se todos os domingos e nas festas principais (“solenidades”) o Credo, normalmente o Credo niceno-constantinopolitano, mas desde 2002 está permitido na Quaresma e no Tempo Pascal substituí-lo com “o Símbolo batismal da Igreja romana, conhecido como o Credo dos Apóstolos”. Já no rito bizantino, como em todos os ritos não latinos, usa-se unicamente o Credo niceno-constantinopolitano. Na Divina Liturgia, ele é cantado em certos lugares pelo coro ou a assembléia, em outros é o cantor que o recita ou uma pessoa proeminente leigo (por exemplo, o prefeito, um ministro do governo, o presidente do país, é convidado a fazê-lo, como no passado foi prerrogativa do imperador bizantino, quem falava em nome de todo o seu povo.

Comparação dos dois credos

1349

O Credo Niceno termina com as palavras “(Cremos) no Espírito Santo” e com um anátema contra os arianos. Há também muitas outras diferenças. São poucos os estudiosos que acreditam que o Credo niceno-constantinopolitano seja uma amplificação do Credo de 325. Só num sentido lato o Credo posterior pode ser chamado niceno, isto é, em conformidade com a fé proclamada em Niceia.

 

Na seguinte tabela abaixo, letras negritas indicam as partes do Credo Niceno omitidas ou movidas no Niceno-constantinopolitano, e letras cursivas as frases presentes no Niceno-constantinopolitano mas não no Niceno.

Credo Niceno (325) Credo niceno-constantinopolitano (381?)
Πιστεύομεν εἰς ἕνα θεὸν πατέρα παντοκράτορα, πάντων ὁρατῶν τε και ἀοράτων ποιητήν. Πιστεύομεν εἰς ἕνα θεὸν πατέρα παντοκράτορα, ποιητὴν οὐρανοῦ καὶ γῆς, ὁρατῶν τε πάντων καὶ ἀοράτων·
Καὶ εἰς ἕνα κύριον Ἰησοῦν Χριστόν, τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ, γεννηθέντα ἐκ τοῦ πατρὸς μονογενῆ, τοὐτέστιν ἐκ τῆς οὐσίας τοῦ πατρός, καὶ εἰς ἕνα κύριον Ἰησοῦν Χριστόν, τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ τὸν μονογενῆ, τὸν ἐκ τοῦ Πατρὸς γεννηθέντα πρὸ πάντων τῶν αἰώνων,
θεὸν ἐκ θεοῦ, φῶς ἐκ φωτός, θεὸν ἀληθινὸν ἐκ θεοῦ ἀληθινοῦ, γεννηθέντα, οὐ ποιηθέντα, ὁμοούσιον τῷ πατρί φῶς ἐκ φωτός, θεὸν ἀληθινὸν ἐκ θεοῦ ἀληθινοῦ, γεννηθέντα οὐ ποιηθέντα, ὁμοούσιον τῷ πατρί,
δι’ οὗ τὰ πάντα ἐγένετο, τά τε ἐν τῷ οὐρανῷ καὶ τὰ ἐω τῇ γῇ δι’ οὗ τὰ πάντα ἐγένετο,
τὸν δι’ ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους καὶ διὰ τὴν ἡμετέραν σωτηρίαν κατελθόντα καὶ σαρκωθέντα καὶ ἐνανθρωπήσαντα, τὸν δι’ ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους καὶ διὰ τὴν ἡμετέραν σωτηρίαν κατελθόντα ἐκ τῶν οὐρανῶν καὶ σαρκωθέντα ἐκ πνεύματος ἅγίου καὶ Μαρίας τῆς παρθένου καὶ ἐνανθρωπήσαντα
παθόντα, καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρᾳ, ἀνελθόντα εἰς τοὺς οὐρανούς, σταυρωθέντα τε ὑπὲρ ἡμῶν ἐπὶ Ποντίου Πιλάτου καὶ παθόντα καὶ ταφέντα καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρα κατὰ τὰς γραφάς καὶ ἀνελθόντα εἰς τοὺς οὐρανούς καὶ καθεζόμενον ἐκ δεξιῶν τοῦ πατρός
καὶ ἐρχόμενον κρῖναι ζῶντας καὶ νεκρούς. καὶ πάλιν ἐρχόμενον μετὰ δόξης κρῖναι ζῶντας καὶ νεκρούς·
οὗ τῆς βασιλείας οὐκ ἔσται τέλος.
Καὶ εἰς τὸ ἅγιον πνεῦμα. καὶ εἰς τὸ πνεῦμα τὸ ἅγιον, τὸ κύριον, καὶ ζῳοποιόν, τὸ ἐκ τοῦ πατρὸς ἐκπορευόμενον, τὸ σὺν πατρὶ καὶ υἱῷ συμπροσκυνούμενον καὶ συνδοξαζόμενον, τὸ ἐκλαλῆσαν διὰ τῶν προφητῶν·
Τοὺς δὲ λέγοντας· ἦν ποτε ὅτε οὐκ ἦν, καὶ πρὶν γεννηθῆναι οὐκ ἦν, καὶ ὅτι ἐξ οὐκ ὄντων ἐγένετο, ἢ ἐξ ἑτέρας ὑποστάσεως ἢ οὐσίας φάσκοντας εἶναι, ἢ κτιστόν ἢ τρεπτὸν ἢ ἀλλοιωτὸν τὸν υἱὸν τοῦ θεοῦ, ἀναθεματίζει ἡ καθολικὴ ἐκκλησία. Εἰς μίαν ἁγίαν καθολικὴν καὶ ἀποστολικὴν ἐκκλησίαν· ὁμολογοῦμεν ἓν βάπτισμα εἰς ἄφεσιν ἁμαρτιῶν· προσδοκοῦμεν ἀνάστασιν νεκρῶν, καὶ ζωὴν τοῦ μέλλοντος αἰῶνος. ἀμήν.

Numa tradução portuguesa as diferenças aparecem assim:

Credo Niceno (325) Credo niceno-constantinopolitano (381?)
Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, criador de todas as coisas visíveis e invisíveis. Cremos em um só Deus, Pai todo-poderoso, Criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis.
Ε em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus, gerado unigênito do Pai, isto é, da substância do Pai; E em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho unigênito de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos
Deus de Deus, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai; luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não feito, consubstancial ao Pai,
por quem foram feitas todas as coisas que estão no céu ou na terra. por que, foram feitas todas as coisas.
O qual por nós homens e para nossa salvação, desceu, se encarnou e se fez homem. O qual por nós homens e para a nossa salvação, desceu dos céus: se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem.
Padeceu e ressuscitou ao terceiro dia e subiu aos céus Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos e padeceu e foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia conforme as Escrituras, e subiu aos céus, onde está assentado à direita do Pai.
Ele virá para julgar os vivos e os mortos. Ele virá novamente, em glória, para julgar os vivos e os mortos;
e o Seu reino não terá fim.
E no Espírito Santo. E no Espírito Santo, Senhor e fonte de vida, que procede do Pai; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado: Ele falou pelos profetas.
E quem quer que diga que houve um tempo em que o Filho de Deus não existia, ou que antes que fosse gerado ele não existia, ou que ele foi criado daquilo que não existia, ou que ele é de uma substância ou essência diferente (do Pai), ou que ele é uma criatura, ou sujeito à mudança ou transformação, todos os que falem assim, são anatematizados pela Igreja Católica. E na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Confessamos um só batismo para remissão dos pecados. Esperamos a ressurreição dos mortos; e a vida do mundo vindouro. Amém.

Os textos litúrgicos do Credo niceno-constantinopolitano não correspondem exatamente ao que teria adotado o Primeiro concílio de Constantinopla. Nas liturgias grega e latina os verbos no plural “cremos”, “confessamos”, “esperamos” são alteradas para o singular “creio”, “confesso”, “espero”. Assim acentua-se o carácter pessoal de recitar o Credo. As Igrejas ortodoxas orientais conservam o plural, como no texto original.

O texto litúrgico latina, além disso, acrescenta duas frases: “Deus de Deus” e “e do Filho”. A liturgia armênia introduz no texto muitas outras variações. Nunca houve controvérsia sobre “Deus de Deus” (em latim, Deum de Deo), mas “e do Filho” (em latim, Filioque) continua ainda constituir um problema nas relações entre las Igrejas católica e ortodoxa (ver artigo Cláusula Filioque. A Igreja católica professa a tradição da Igreja latina e da Igreja de Alexandria, que falavam da procedência do Espírito Santo do Pai e do Filho ou pelo Filho (filioquismo), enquanto a preferência da Igreja ortodoxa é para a tradição dos Padres Capadócios, que Fócio formulou em termos de procedência do Pai sozinho (monopatrismo). Segundo alguns estudiosos de ambas as Igrejas, a dificuldade nasce da diversidade de significado de palavras gregas e latinas. Os gregos falavam da procedência do Espírito em relação ao verbo ἐκπορεύεσθαι (“τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον”), que indica a fonte original, e os latinos falavam em relação ao verbo procedere (qui ex Patre Filioque procedit), que tem um sentido mais extenso e que corresponde melhor ao verbo grego προϊέναι.

Na seguinte tabela, letras negritas indicam as mudanças das liturgias grega e latina.

Concílio de Constantinopla (381) Texto litúrgico grego Texto litúrgico latino

Πιστεύομεν εἰς ἕνα Θεόν
πατέρα παντοκράτορα,
ποιητὴν οὐρανοῦ καὶ γῆς,
ὁρατῶν τε πάντων καὶ ἀοράτων,
καὶ εἰς ἕνα Κύριον Ἰησοῦν Χριστόν,
τὸν υἱὸν τοῦ Θεοῦ τὸν μονογενῆ,
τὸν ἐκ τοῦ πατρὸς γεννηθέντα
πρὸ πάντων τῶν αἰώνων,

φῶς ἐκ φωτός,
Θεὸν ἀληθινὸν ἐκ Θεοῦ ἀληθινοῦ,
γεννηθέντα οὐ ποιηθέντα,
ὁμοούσιον τῷ πατρί,
δι’ οὗ τὰ πάντα ἐγένετο,
τὸν δι’ ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους
καὶ διὰ τὴν ἡμετέραν σωτηρίαν
κατελθόντα ἐκ τῶν οὐρανῶν,
καὶ σαρκωθέντα ἐκ Πνεύματος Ἁγίου
καὶ Μαρίας τῆς παρθένου,
καὶ ἐνανθρωπήσαντα,
σταυρωθέντα τε ὑπὲρ ἡμῶν ἐπὶ Ποντίου Πιλάτου
καὶ παθόντα καὶ ταφέντα
καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρᾳ κατὰ τὰς Γραφὰς
καὶ ἀνελθόντα εἰς τοὺς οὐρανοὺς
καὶ καθεζόμενον ἐκ δεξιῶν τοῦ πατρὸς
καὶ πάλιν ἐρχόμενον μετὰ δόξης
κρῖναι ζῶντας καὶ νεκρούς,
οὗ τῆς βασιλείας οὐκ ἔσται τέλος·
καὶ εἰς τὸ Πνεῦμα τὸ Ἅγιον,
τὸ κύριον, τὸ ζωοποιόν,
τὸ ἐκ τοῦ πατρὸς ἐκπορευόμενον,
τὸ σὺν πατρὶ καὶ υἱῷ
συμπροσκυνούμενον καὶ συνδοξαζόμενον,
τὸ λαλῆσαν διὰ τῶν προφητῶν·
εἰς μίαν, ἁγίαν, Καθολικὴν
καὶ Ἀποστολικὴν Ἐκκλησίαν.
Ὁμολογοῦμεν ἓν βάπτισμα εἰς ἄφεσιν ἁμαρτιῶν·
προσδοκοῦμεν ἀνάστασιν νεκρῶν
καὶ ζωὴν τοῦ μέλλοντος αἰῶνος. Ἀμήν.

Πιστεύω εἰς ἕνα Θεόν,
Πατέρα, Παντοκράτορα,
ποιητὴν οὐρανοῦ καὶ γῆς,
ὁρατῶν τε πάντων καὶ ἀοράτων.
Καὶ εἰς ἕνα Κύριον Ἰησοῦν Χριστόν,
τὸν Υἱὸν τοῦ Θεοῦ τὸν μονογενῆ,
τὸν ἐκ τοῦ Πατρὸς γεννηθέντα
πρὸ πάντων τῶν αἰώνων·

φῶς ἐκ φωτός,
Θεὸν ἀληθινὸν ἐκ Θεοῦ ἀληθινοῦ,
γεννηθέντα οὐ ποιηθέντα,
ὁμοούσιον τῷ Πατρί,
δι’ οὗ τὰ πάντα ἐγένετο.
Τὸν δι’ ἡμᾶς τοὺς ἀνθρώπους
καὶ διὰ τὴν ἡμετέραν σωτηρίαν
κατελθόντα ἐκ τῶν οὐρανῶν
καὶ σαρκωθέντα ἐκ Πνεύματος Ἁγίου
καὶ Μαρίας τῆς Παρθένου
καὶ ἐνανθρωπήσαντα.
Σταυρωθέντα τε ὑπὲρ ἡμῶν ἐπὶ Ποντίου Πιλάτου,
καὶ παθόντα καὶ ταφέντα.
Καὶ ἀναστάντα τῇ τρίτῃ ἡμέρᾳ κατὰ τὰς Γραφάς.
Καὶ ἀνελθόντα εἰς τοὺς οὐρανοὺς
καὶ καθεζόμενον ἐκ δεξιῶν τοῦ Πατρός.
Καὶ πάλιν ἐρχόμενον μετὰ δόξης
κρῖναι ζῶντας καὶ νεκρούς,
οὗ τῆς βασιλείας οὐκ ἔσται τέλος.
Καὶ εἰς τὸ Πνεῦμα τὸ Ἅγιον,
τὸ κύριον, τὸ ζωοποιόν,
τὸ ἐκ τοῦ Πατρὸς ἐκπορευόμενον,
τὸ σὺν Πατρὶ καὶ Υἱῷ
συμπροσκυνούμενον καὶ συνδοξαζόμενον,
τὸ λαλῆσαν διὰ τῶν προφητῶν.
Εἰς μίαν, Ἁγίαν, Καθολικὴν
καὶ Ἀποστολικὴν Ἐκκλησίαν.
Ὁμολογῶ ἓν βάπτισμα εἰς ἄφεσιν ἁμαρτιῶν.
Προσδοκῶ ἀνάστασιν νεκρῶν.
Καὶ ζωὴν τοῦ μέλλοντος αἰῶνος. Ἀμήν.

Credo in unum Deum,
Patrem omnipotentem,
Factorem caeli et terrae,
visibilium omnium et invisibilium.
Et in unum Dominum Iesum Christum,
Filium Dei unigenitum
et ex Patre natum
ante omnia saecula.
Deum de Deo,
Lumen de Lumine,
Deum verum de Deo vero,
genitum, non factum,
consubstantialem Patri:
per quem omnia facta sunt;
qui propter nos homines
et propter nostram salutem,
descendit de caelis,
et incarnatus est de Spiritu Sancto
ex Maria Virgine,
et homo factus est,
crucifixus etiam pro nobis sub Pontio Pilato,
passus et sepultus est,
et resurrexit tertia die secundum Scripturas,
et ascendit in caelum,
sedet ad dexteram Patris,
et iterum venturus est cum gloria,
iudicare vivos et mortuos;
cuius regni non erit finis.
Et in Spiritum Sanctum,
Dominum et vivificantem,
qui ex Patre Filioque procedit,
qui cum Patre et Filio
simul adoratur et conglorificatur,
qui locutus est per prophetas.
Et unam sanctam catholicam
et apostolicam Ecclesiam.
Confiteor unum Baptisma in remissionem peccatorum.
Et expecto resurrectionem mortuorum,
et vitam venturi saeculi. Amen.

Texto armênio com tradução, e texto português

Texto  armênio Tradução em português Conferência Episcopal Portuguesa

Հավատում ենք մեկ Աստծո `ամենակալ Հորը,
երկնքի եւ երկրի, երեւելիների եւ աներեւույթների Արարչին:
Եւ մեկ Տիրոջ` Հիսուս Քրիստոսին, Աստծո Որդուն,
ծնված Հայր Աստծուց Միածին, այսինքն `Հոր էությունից:
Աստված` Աստծուց, լույս `լույսից,
ճշմարիտ Աստված` ճշմարիտ Աստծուց ,
ծնունդ եւ ոչ թե `արարած:
Նույն ինքը` Հոր բնությունից,
որի միջոցով ստեղծվեց ամեն
ինչ երկնքում եւ երկրի
վրա `երեւելիներն ու անեւերույթները:
Որ հանուն մեզ` մարդկանց ու մեր փրկության համար
`իջավ երկնքից,
մարմնացավ, մարդացավ,
ծնվեց կատարելապես Ս. Կույս Մարիամից Ս. Հոգով:
Որով `ճշմարտապես, եւ ոչ կարծեցյալ կերպով առավ մարմին,
հոգի եւ միտք եւ այն ամենը, որ կա մարդու մեջ:
Չարչարվեց, խաչվեց, թաղվեց, երրորդ օրը Հարություն առավ,
նույն մարմնով բարձրացավ երկինք, նստեց Հոր աջ կողմում:
Գալու է նույն մարմնով եւ Հոր փառքով
դատելու ողջերին եւ մահացածներին:
Նրա թագավորությունը չունի վախճան:
Հավատում ենք նաեւ Սուրբ Հոգուն` անեղ եւ կատարյալ,
որը խոսեց Օրենքի, մարգարեների եւ ավետարանների միջոցով:
Որն իջավ Հորդանանի վրա,
քարոզեց առաքյալների միջոցով եւ բնակություն հաստատեց սրբերի մեջ:
Հավատում ենք նաեւ մեկ, ընդհանրական եւ առաքելական եկեղեցու,
մի մկրտության, ապաշխարության,
մեղքերի քավության եւ թողության:
Մեռելների հարության,
հոգիների եւ մարմինների հավիտենական դատաստանի,
երկնքի արքայության եւ հավիտենական կյանքի:

Cremos em um só Deus, Pai Todo-Poderoso,
Criador do céu e da terra, das coisas visíveis e invisíveis.
E em um só Senhor Jesus Cristo, o Filho de Deus,
o Unigênito de Deus o Pai, que é da essência do Pai.
Deus de Deus, Luz de Deus,
Luz verdadeiro de Deus verdadeiro,
gerado e não feito;
da natureza mesma do Pai,
por quem todas as coisas vieram a existir,
no céu e na terra,
visíveis e invisíveis.
Quem por nós os homens e para nossa salvação
desceu dos céus,
se encarnou, foi feito homem,
nasceu perfeitamente da Santíssima Virgem Maria pelo Espírito Santo.
Por quem, verdadeiramente e não na aparência,
Ele tomou corpo, alma e mente, e tudo o que é humano.
Ele sofreu, foi crucificado, foi sepultado, ressuscitou ao terceiro dia,
subiu ao céu com o mesmo corpo, [e] se sentou à direita do Pai.
Ele está para vir com o mesmo corpo e com a glória do Pai,
para julgar os vivos e os mortos;
o Seu reino não tem fim.
Cremos no Espírito Santo, no incriado e perfeito,
que falou através da Lei, os profetas, e os Evangelhos;
que desceu sobre a Jordânia,
pregou pelos apóstolos, e viveu nos santos.
Cremos também em una, católica, e apostólica Igreja
e em um batismo de arrependimento,
para a remissão e perdão dos pecados
e na ressurreição dos mortos,
no julgamento eterno das almas e corpos,
no Reino dos Céus e na vida eterna.

Creio em um só Deus, Pai todo-poderoso,
Criador do Céu e da Terra,
De todas as coisas visíveis e invisíveis.
Creio em um só Senhor, Jesus Cristo,
Filho Unigênito de Deus,
nascido do Pai antes de todos os séculos:
Deus de Deus, luz da luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro;
gerado, não criado, consubstancial ao Pai.
Por Ele todas as coisas foram feitas.
E por nós, homens, e para nossa salvação
desceu dos Céus.
E encarnou pelo Espírito Santo,
no seio da Virgem Maria.
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos;
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia,
conforme as Escrituras;
e subiu aos Céus,
onde está sentado à direita do Pai.
De novo há-de vir em sua glória
para julgar os vivos e os mortos;
e o seu Reino não terá fim.
Creio no Espírito Santo,
Senhor que dá a vida,
e procede do Pai e do Filho;
e com o Pai e o Filho
é adorado e glorificado:
Ele que falou pelos Profetas.
Creio na Igreja,
Una, Santa, Católica e Apostólica.
Professo um só batismo para a remissão dos pecados.
E espero a ressurreição dos mortos
e vida do mundo que há-de vir.
Amém.

Fontes:

9788515021529

 

 

Jesus: Discípulos, Apóstolos, Seguidores e Fãs

Série: Animo, uma nova Catequese (Jesus Cristo – Complemento 3)

tour_img-312981-145

Baseado na pintura original de Michelangelo

Jesus era judeu, seu nome de batismo era Emanuel (que quer dizer “Deus conosco”) e aos 33 anos ele foi morto, sepultado, ressuscita e se eleva aos céus. Pouca coisa do que eu disse é novidade, e nem era para ser mesmo, mas está vida tem detalhes que parecem escapar aos olhos quanto mais o tempo vai passando. Vou tentar jogar um pouquinho mais de luz em alguns pontos, claro que nem tudo pode ser esclarecido por um leigo como eu, mas…

Judeu e bom judeu

Jesus nasceu em uma família judia. Maria era judia e segundo os livros apócrifos foi educada entre as virgens do templo (naquela época era uma espécie de Colégio Interno para as moças, mas não para todas, deveria se ter uma posição social, digamos assim, especial e ainda segundo os apócrifos, era o caso do pai de Maria, Joaquim e sua mãe Ana).  Maria só sairia do templo para se casar.

José era também judeu, de uma família que praticava a religião. Por isso atendeu a convocação dos sacerdotes e se apresentou no templo entre os solteiros (e aqui entra uma controvérsia sobre José ser muito mais velho e talvez viúvo ) para ser o consorte da jovem Maria e acabou sendo escolhido quando o seu galho de árvore dos que foram entregues a cada um, floresceu (Leia minha série de post De Nazaré).

Então Jesus, o filho de Deus nasce em uma família tradicionalmente judia, e porque?  Porque Deus já tinha uma aliança com o povo judeu, afinal eles eram os escolhidos como seu povo.

Este menino cresceu na religião judaica, foi apresentado no templo, foi circuncidado e educado nas leis daquela religião. Imagine que ele passou pela catequese, frequentou as celebrações e fez parte dos grupos da igreja (claro que os judeus são um pouco diferentes, mas é isso: Jesus  viveu sua fé ).

Ele era um bom judeu, que respeitava os preceitos e a tradição. Mas uma hora sua missão acabou entrando em rota de colisão com o radicalismo de alguns com o preceito. Por exemplo:

jesus-christ7-740x405

A primeira seguidora

Maria, sua mãe foi sua primeira seguidora, se levarmos em conta que apenas ela sabia quem era na verdade seu filho, já que José morreu quando Jesus era ainda um adolescente. Foi justamente Maria quem deu o primeiro impulso para que ele começasse sua missão quando no casamento de parentes de Maria pediu que Jesus intercedesse pois o vinho acabará no episódio que ficou para a posteridade como As Bodas de Caná, na Galiléia.

Alguns estudiosos dizem que e existe a possibilidade de Simão e seu irmão Tiago estarem presentes neste a festa como convidados de Jesus.

Pregando

 Existe um X numa questão : Jesus começou a pregar quando?

Ainda menino.

Basta lembrar que em uma das peregrinações da família ao Templo de Salomão em Jerusalém, eles perceberam que o ainda menino Jesus não estava no meio da caravana e ao voltarem para procurar, encontraram a criança nos arredores do templo pregando para muitos ouvintes, entre eles vários sacerdotes que estavam impressionados com sua sabedoria.

Novamente recorrendo aos livros apócrifos, vamos nos deparar com vários relatos de pregações e prodígios feitos por Jesus ainda criança e adolescente.

Pensando friamente, deveria ser impossível para alguém como Jesus ficar totalmente quieto até por volta dos 25 a 30 anos.

Quando Jesus chegou na região de Jerusalém já existia um grande pregador e profeta (lembrando que o profeta é também aquele que denuncia as mazelas do povo) chamado João, o batista  (João Batista ) que tinha praticamente a mesma idade dele e na verdade seria um primo seu de segundo grau, pois ele era filho de Isabel e Zacarias primos de Maria.

Apesar da Bíblia não registrar oficialmente,  mas naquela época tinham outros profetas pregando por toda a Palestina e João Batista era um dos mais famosos porque batizada já informando que viria outro que não batizaria com água mas sim com no fogo. Foi nesta época que Jesus foi até as margens do Rio Jordão e foi batizado, mesmo ante a quase recusa de João que na hora reconhecera que aquele jovem seria na verdade o que ele anunciava a anos. Praticamente depois disso a missão de João Batista se encerrava (pouco depois ele fora capturado e decapitado por Herodes) e começava de forma mais efetiva a missão de Jesus.

Discípulos, Apóstolos e Seguidores

Na Primavera do ano 27 d.C. quando Jesus deu início mais declarado a sua pregação muitos pensaram que ele continuaria apenas a missão de João Batista. Só que não.

Primeiro que ele não era essênio  ( eles gostavam de viver no deserto, tipo ermitão ), não batizaria ninguém e entraria nas cidades. João pregava quando determinado número de pessoas se reunia ao seu redor, já Jesus ia ao encontro das pessoas e geralmente acabava reunindo multidões. Hoje em dia ele seria alvo de diversas reportagens pois começava a fazer sucesso, apesar de não estar em busca de fama.

Hoje já existe quase um consenso de que Jesus estava residindo em Cafarnaum, uma pequena cidade próxima ao Lago de Genesaré, provavelmente morava na casa de Simão Pedro, que residia vizinho a sinagoga construída por um prosélito romano. Era desta cidade que Jesus saía para pregar e foi lá que ele realizou uma das suas primeiras curas, onde libertou um possuído.

Praticamente todos os primeiros seguidores de Jesus eram jovens.

maxresdefault

Provavelmente a ordem que cada discípulo foi chamado foi esta:

  1. André Bar-Jonas (filho de Jonas apesar de algumas fontes darem conta de que seu pai se chamaria João)
  2. Pedro seu nome era na verdade Simão Bar-Jonas (filho de Jonas apesar de algumas fontes darem conta de que seu pai se chamaria João) ganhou o nome de Kefas (ou Cefas) que significa pedra ou rocha, no grego Petros (Pedro). Irmão de André Era pescador e o mais velho dos discípulos.  Também era o líder do grupo e acolhedor de Jesus na sua casa. Se tornou o fundador da Igreja Católica, sendo considerado o primeiro Papa (apesar de que na época não tinha esta distinção politica)
  3. Tiago filho de Zebedeu que era pescador e Salomé que também se juntaria aos seguidores de Jesus. Junto com seu irmão João alimentava o desejo de ocuparem os primeiros lugares junto ao trono celeste de Jesus. Ficou conhecido posteriormente como Tiago Maior.
  4. João irmão de Tiago. Era praticamente um adolescente e depois foi chamado do discípulo mais amado. Tanto ele como o irmão eram seguidores de João Batista. Como era muito enérgico e falava alto como seu irmão Tiago ganhariam o apelido de Boanerges (Filhos do Trovão) Lc 9,51-56
  5. Mateus foi chamado em Cafarnaum pois lá ficava uma espécie de alfândega, ele era um publicano (cobrador de impostos) e se chamava na verdade Levi. No evangelho de Marcos ele é chamado de filho de Alfeu, mas Lucas o chama apenas de Levi (cf. Mt 9,9 ;Mc 2,13-15; Lc 5,27-29)
  6. Felipe amigo de Bartolomeu, morava em Betsaida e falava fluentemente o grego
  7. Natanael Bar-Tolomeu (filho de Tolomeu) que ficou para nós como Bartolomeu. Era da cidade de Caná
  8. Tomé (em grego Dídimo que significa gêmeo ), algumas tradições dizem que o primeiro nome dele era Judas (aliás um nome popular como Jesus era na época). Era uma pessoa cética e prática, apesar de ter andado com Jesus só acreditava no que via ou tocava. Foi ele quem fez a declaração : Meu Senhor e meu Deus, logo após ter tocado as feridas de Jesus após a ressurreição
  9. Tiago filho de Alfeu era irmão de Judas Tadeu e ficou conhecido posteriormente como Tiago Menor
  10. Judas Tadeu também filho de Alfeu com seu irmão tinham um parentesco não especificado com Jesus
  11. Simão,  o Cananeu que era da Cananeia e fazia parte dos zelote (guerrilheiros que lutavam contra a dominação romana e eram como terroristas ), mas abandonou o grupo para seguir Jesus, andava armado com uma espada e cortou a orelha do soldado do templo chamado Malco no momento da prisão de Jesus no Getsêmani e foi repreendido pelo mestre: Aquele que vive pela espada, morrerá pela espada. (Mt 26,51-54; Lc 22, 49-51)
  12. Judas de Simão, da cidade de Kerioth, e o único que não era galileu, sua cidade ficava mais ao Sul do país. Era chamado de Judas Ish-Keriot (Judas Iscariotes ). Ficou responsável por controlar o dinheiro do grupo, e entrou para a história como o traidor do Mestre por 30 moedas. E cometeu suicídio. Também tinha sido zelote

Jesus tinha muitos seguidores e com o aumento considerável de pessoas que o seguiam ele decidiu escolher 12 para serem mais próximos e cumprirem algumas missões.  Cada um tinha funções dentro do grupo, e acabavam também servindo de seguranças e organizadores.

Mas mesmo com esta escolha, muitos seguidores ainda acompanhavam o Mestre, entre estes temos:

  1. Maria sua mãe
  2. Maria de Magdala ( Maria Madalena)
  3. Salomé
  4. Maria de Cleófas
  5. As irmãs Marta e Maria
  6. Nicodemos que era um Mestre da lei do Sinédrio
  7. Matias que após a ressurreição de Jesus fora escolhido como substituto de Judas Iscariotes (At 1, 21-26)

Existe uma confusão em relação aos evangelistas pois apenas 2 teriam sido discípulos diretos de Jesus: Mateus e João.

Já Lucas e Marcos seriam na verdade seguidores de Paulo e Pedro sucessivamente.

Algumas tradições dão conta de que foi na casa do ainda menino Marcos (João Marcos) que Jesus e seus discípulos celebraram a última ceia. Marcos teria sido o primeiro a transcrever os fatos da história de Jesus e foi copiado em muitas passagens por Lucas e Mateus.

Lucas escreveu também os Atos dos Apóstolos e acompanhou Paulo em muitas viagens.

João escreveu o único evangelho que não bebeu da fonte de Marcos, e também escreveu 3 epístolas e o Livro da Revelação (Apocalipse). É curioso que no Evangelho dele a cena da prisão de Jesus narra o ferimento do guarda do templo, mas diz que fora Pedro o desferidor do golpe (Jo 18,9-11)

Tiago Menor e seu irmão Judas Tadeu escreveram também cartas apostólicas.

Pedro escreveu 2 epístolas.

Alguns evangelhos apócrifos e outros textos também apócrifos são creditados a outros discípulos e seguidores de Jesus, mas como a maioria só possuem versões em grego estão fora da lista oficial da Bíblia. Até Maria e Maria Madalena tem livros supostamente escritos por elas

Vale ressaltar que a maioria dos discípulos de Jesus não era pobre, dispunham de certos recursos econômicos  e era capaz de prover também as necessidades dos mais carentes. Muitos eram pescadores e possuíam barcos e na época era uma profissão rentável.

As pessoas que Jesus chamou para si, no começo só entendiam parcialmente quem era o Mestre e a que ele se propunha. Mas ele educava os discípulos com paciência e se regozijava toda vez que eles compreendiam alguma coisa.

Curiosidades

Foram escolhidos 12 para se representar as 12 tribos de Israel que formaram o povo eleito de Deus desde Moisés

Dos discípulos 3 pares eram irmãos :

  • Pedro e André
  • Tiago e João
  • Tiago de Alfeu e Judas Tadeu

Podemos dividir os discípulos em 3 grupos:

  • Grupo de Pedro: Pedro, André, Tiago e João que eram os mais próximos
  • Grupo de Felipe : Felipe, Bartolomeu, Tomé, Mateus
  • Grupo de Tiago de Alfeu: Tiago, Tadeu, Simão e Judas Iscariotes

Isso não quer dizer que eles brigavam mas sempre existem em um grupo pessoas que acabam se identificando mais com alguns do que com outros.

Tomann-claudio_pastro_bergpredigt

Existem listas com os nomes dos apóstolos em:

Saulo era um perseguidor da Comunidade de Nazaré, nunca conheceu Jesus pessoalmente,  Mas o viu quando tentava capturar mais seguidores dele. A visão o derrubou do cavalo, o deixou cego, sendo cuidado por nazarenos (cristãos) até que se convertera e voltando a enxergar se tornou o responsável por levar as palavras de Jesus para outras comunidades além da Judéia, adotou seu nome romano: Paulo

Ficou mais conveniente fazer uma separação na nomenclatura entre discípulos apóstolos, apesar de que em muitas publicações esta distinção não existe, mas fica claro que apóstolos são aqueles que pregaram a palavra de Jesus mesmo sem tê-lo conhecido ou apenas por tê-lo visto por um tempo e discípulos ficaram aqueles que conviveram e foram escolhidos diretamente por Jesus.

Polêmica

magdalene

Maria Madalena aos pés da cruz

Dentro da Bíblia (cânon oficial) Maria Madalena aparece em várias passagens , mas em nenhum momento é colocada como uma das discípulas de Jesus. Porém é a ela que o mestre aparece primeiro após a ressurreição e ninguém explica como ela poderia ter a localização do esconderijo dos discípulos que estavam amedrontados após a morte de Jesus. Algumas correntes afirmam que ela era sim um dos discípulos. Mas oficialmente isso nunca chegou a ser dito. Uma explicação é o fato daquela sociedade ser extremamente machista e relegar a mulher um papel secundário.

Um fato que muitas vezes passa batido é que Maria Madalena não era a mulher adúltera (Jo 8) que os judeus queriam apedrejar e Jesus pediu que quem não tivesse pecado a primeira pedra. Isso é bem evidente, mas ainda é objeto de controvérsias.

A primeira citação de Maria Madalena como uma prostituta aconteceu em um sermão do papa Gregório, o grande, no ano 591 d.C. Provavelmente essa idéia é o resultado da confusão entre Lucas 7 e 8. Pois em (Lc 7) temos a presença de uma pecadora na casa de Simão, o leproso, quando do jantar que ele ofereceu a Jesus. E logo a seguir, no capítulo 8, Lucas registra o nome de Maria madalena, o que explica o motivo da confusão e o equívoco de alguns que chegam a pensar que aquela pecadora era Maria Madalena. Mas vale lembrar que não temos nenhuma base bíblica ou mesmo histórica para defender ou provar essa ideia. E por outro lado, aquela pecadora é simplesmente uma anônima e, portanto, nada tem a ver com Maria Madalena.

Talvez, esse equívoco deve-se ao fato dela, no passado, haver sido possuída por sete demônios, os quais foram expelidos por Jesus (Lc 8,2). Ora, a mulher adúltera foi assim denominada porque desonrou os votos do matrimônio; o que comprova, naturalmente, que ela tinha marido. Mas quanto a Maria Madalena, não há nenhuma passagem bíblica que, explícita ou implicitamente, possa comprovar que ela fosse casada. Portanto, fica dessa forma descartada a hipótese dela ser a mulher adúltera descrita por João, o evangelista.

Pelo fato da Bíblia estar cheia de homônimos, ou seja, de pessoas que, apesar de diferentes, possuem um mesmo nome, é muito natural que as vezes, por um pequeno descuido possamos fazer confusão entre os personagens bíblicos. Maria, como já vimos, há no novo testamento, seis mulheres com esse nome. Entre as quais, Maria de Betânia, a irmã de Lázaro e Maria Madalena, duas personagens totalmente distintas. Vejamos algumas diferenças entre ambas:

  • Maria Madalena: era de Magdala, na região da Galileia;
  • Maria, irmã de Lázaro, era de uma aldeia em Betânia, na região da Judéia;
  • Maria Madalena não é apresentada como tendo irmãos; Maria de Betânia tinha dois irmãos: Marta e Lázaro.
  • E para finalizar, diferente de Maria de Betânia, Maria Madalena ajudou a sustentar o ministério de Jesus, esteve ao pé da cruz no dia da crucificação do Mestre, esteve no sepulcro de Jesus no dia do sepultamento e no da ressurreição, e foi a primeira a ver Jesus ressuscitado e a tocar nele, e anunciar a sua ressurreição aos discípulos.

E definitivamente Maria Madalena não foi casada com Jesus Cristo

Se Jesus fosse casado não haveria nenhum problema ou motivo para que os discípulos ou os evangelistas omitissem esse fato. Não obstante, nenhum deles faz alusão a esse suposto casamento;

As mulheres tinham seus nomes geralmente ligados ao de um homem, marido ou parente. Maria Madalena é exceção à regra. Se ela fosse casada com Jesus, seu nome deveria vir ligado ao dele pelo menos uma vez, o que de fato não acontece. Pois ela, conforme os relatos dos evangelistas, é conhecida, apenas, pelo seu lugar de origem , a saber, Magdala. Daí chamar-se Maria Madalena, ou seja, de Magdala

 

Leia também:

  • Série De Nazaré parte 1, parte 2, parte 3, parte 4, parte 5
  • Livro: Jesus, Mestre de Nazaré – Aleksandr Mien
  • Bíblia Sagrada – CNBB
  • Bíblia de Jerusalém
  • Bíblia Sagrada- Edição Pastoral – Paulus
  • Bíblia do Peregrino

 

Sacramentos e o jeitinho que atrapalha

10-1

Nós brasileiros (nem todos é claro) temos uma filosofia que poderia até ser boa se constantemente não fosse utilizada para”burlar” alguma regra. É o chamado “jeitinho brasileiro”.
Pois bem, algo que me incomoda é quando esse  “jeitinho” é usado na igreja. Porque falo isso?
Porque muitas pessoas querem receber alguns sacramentos mas não querem passar por algumas etapas importantes.
Vou dar um exemplo clássico:
O casal quer casar na igreja, então eles marcam o casamento, preparam a festa e correm para a igreja para marcar o grande  dia. Ai eles descobrem que para se casar na Igreja Católica é necessário ter recebido os sacramentos da iniciação cristã: Batismo, Eucaristia e Crisma ( nesta ordem), mas de repente apenas um dos noivos já recebeu todos os sacramentos e o outro não. Ao invés de procurarem entrar na catequese e receber os sacramentos, o casal tenta usar o jeitinho. Pressionando a secretaria, o padre … Tentando usar uma justificativa para não passarem pela catequese ou de algum curso preparatório.
Falam que não sabiam da regra (não sei como se são católicos), que já marcaram a festa, viagens, que os padrinhos já vão vir de longe, que alguém importante da família está morrendo e como último desejo quer ver o casamento, etc…
Ai vem o erro ds igreja (que na minha opinião só atrapalha) e alguns padres liberam o recebimento do Sacramento do Matrimônio.
Penso eu que se a pessoa é realmente católica ela deve respeitar e seguir a lei da igreja, afinal existe o Código de Direito Canônico para isso.
A maioria das pessoas acham que a Igreja Católica não tem regras, mas não é verdade.
Muitos estão procurando um suposto glamour na cerimônia na igreja e sequer entendem o porque de cada ato da celebração. Isso deveria ser entendido com a participação em uma formação na catequese.
Esse problema é o mesmo quando a pessoa quer o sacramento do Batismo e até do Sacramento da Confirmação (Crisma).
Eu tenho como convicção que ou a pessoa assume a igreja que diz participar ou não sejam abertas exceções.
Ou é católico ou não é.
Turistas da fé tem aos montes
Se a pessoa não se apropria da importância das regras da igreja, ela nunca vai entender que o sacramento é para sempre.

images (7)
É o que costumo chamar de Católico da Foto, aquele que está mais preocupado com as fotografias (ou o vídeo) das cerimônias do que com o verdadeiro sentido daquele momento em que se recebe um sacramento. Está pensando no churrasco ou almoço que preparou, na cerveja que vai tomar e nem sequer observa cada gesto do rito, cada fala, cada significado bonito de cada ato dentro da missa.
Está na hora (já passou da hora aliás) da Igreja adotar a postura de separar o joio do trigo. A pergunta tem que ser direta: Quer isso?
Então o caminho é esse.
Essas mesmas pessoas que querem sempre pular etapas para se favorecerem (na verdade estão apenas se enganando) na verdade não tem compromisso com a igreja e a qualquer momento já mudam de religião, e o engraçado é que uma vez em outra religião seguem a risca todas as normas da nova igreja e ainda saem dizendo que só naquele momento é que encontraram Jesus, quando na verdade Jesus sempre esteve ao seu lado, mas a pessoa se fazia de surda. Saem dizendo que a Igreja Católica é uma bagunça, que não tem lei. Justa mente porque alguém permitiu que essa pessoa burlasse uma regra apenas para não “magoar” este.
Mas todas as vezes que um padre ou alguém da igreja libera alguém para receber um sacramento pulando etapas o estrago é ainda maior pois assim todos vão achar que realmente a igreja é uma bagunça. Mas não é e não deveria ser.Conheço um monte de gente que recebeu os sacramentos na igreja, justamente pulando etapas importantes e pouco tempo depois já estava em outra igreja renegando aquilo que recebeu (sem compreender é claro) e se sujeitando a ser propagandista contra a igreja Católica, sem ao menos saber o que está dizendo.

hqdefault (1)

Então o que penso é que:

Se é para ser católico que seja de verdade. Siga as regras, os costumes e os dogmas. Se não é para ser assim pode levar sua “fé” de fachada para outro lugar.

Eu continuo rezando para que isso mude.

fazmim

8º Encontro (Catequese) – Profetas

Série : Animo, uma nova catequese (Encontro -8/40)

Isaiah's_Lips_Anointed_with_Fire

Os lábios de Isaías tocados pelo fogo, por Benjamim West

Chegamos ao nosso oitavo encontro, ou melhor a sugestão de encontro desta série. É hora de falarmos dos profetas, e eles foram muitos na história da fé, e podem incluir desde Noé (que avisou e tentou salvar o povo), passando por Moisés (que libertou o povo do Egito), seguindo pelos chamados Profetas Maiores e os Profetas Menores e também Jesus (que para nós é o filho de Deus mas para outras religiões como o Judaísmo e Islamismo foi sim e apenas um dos maiores profetas que existiram). A sugestão (e vale salientar é apenas minha sugestão, mas como sempre fica a critério de cada equipe de catequese) é falar de dois dos maiores profetas da Bíblia: Isaías e Jeremias e fazermos assim um grande paralelo sobre a importância da sua pregação e a história do povo de Deus.

Faremos uma boa conversa e tomando como primícia o que diz o Catecismo Jovem da Igreja Católica YouCat: “Se houvessem dois deuses, um seria a fronteira do outro. Nenhum dos dois seria infinito: nenhum perfeito. Portanto, nenhum seria Deus. A experiência fundamental de Deus feita por Israel está assim expressa: Escuta, Israel! O Senhor nosso Deus é único! [Dt 6,4]. Os profetas exortavam continuamente a deixar os falsos deuses e a virar-se para o único Deus: Eu sou Deus e mais ninguém. [Is 45,22YouCat 30

 

Nosso encontro 

Como podemos melhorar nossa vivência de fé? Essa é uma pergunta que devemos nos fazer já a esta altura da caminhada. Por vezes os encontros podem parecer chatos e até cansativos, por isso devemos sempre tentar fazer algo diferente. Sugiro então que seja preparado um café da manhã (ou café da tarde se for o caso ou um lanche da noite também se for o caso). A idéia é descontrair um pouco, nada de exagerado, mas sim um café, leite, suco, pão, bolachas, margarina (ou manteiga), água, açúcar (levando em consideração que alguns gostam de café ou suco sem açúcar), presunto e queijo. Nada de refrigerante. Claro que tudo depende das possibilidades de cada comunidade, mas pode ter certeza que não é um gasto a toa e sim um investimento.

Nossa oração inicial será a Invocação ao Espírito Santo (Vinde Espírito Santo) e deve ser feita na mesa deste café. Depois da oração todos comem (cuidar dos que tem mais timidez) e neste momento de descontração é aconselhável que os catequistas se aproximem mais perguntem sobre como foi a semana e estreitem mais os laços, será importante para o futuro. Uma boa ideia é já começar a organizar o almoço (ou jantar) que deverá ser realizado com a presença das famílias num futuro próximo. Perguntar aos catequizandos o que eles acham da idéia e se eles acham que seus familiares viriam. Esta conversa deve ser feita ainda próximo a mesa. Reservar uns 20 minutos para esta parte. Acredite, é bom cuidar do tempo para não se perder o foco.

No segundo momento, vamos fazer o canto inicial (nada impede que ele possa ser feito ainda antes do café). Sugiro Me faz profeta da Comunidade Doce Mãe de Deus, que é uma música fácil e muito bonita além de ir ao encontro do tema.

No terceiro momento vamos desenvolver o tema. Falaremos um pouco sobre o que é ser profeta e quais são os profetas da Bíblia. Sugiro que falemos principalmente dos profetas Isaías e Jeremias, mas é claro que o a equipe de catequese tem a liberdade para falar de outros ou mais profetas e se for o caso falar apenas de uma forma geral. No aprofundamento do catequista falarei mais sobre o assunto.

Dinâmica: A Escolha

O objetivo desta dinâmica é ver as escolhas de cada um, mas não existe o certo ou errado, apenas o porquê cada um escolheu quem escolheu. O catequista deve perguntar o porque, mas não deve querer mudar a opinião de cada um. Deus deixa que cada pessoa faça suas escolhas. Seria interessante os catequistas se absterem de escolher e administrar se houverem discordâncias de outros catequizandos. Falar sobre o respeitar a escolha de cada um e também de como Deus nos dá o livre arbítrio para fazermos o que achamos melhor, mas que Ele sempre coloca na nossa vida pessoas para nos ajudar na escolha do caminho da paz e da fé.

Um guerra acabou de ser declarada e esta cidade será bombardeada dentro de 1 hora. Existe um abrigo subterrâneo, onde cabem apenas mais 6 pessoas além de você, entretanto, tem 12 que precisam e querem  entrar. Entre estas 12, quais são as seis pessoas que você escolheria e por quê?

PESSOAS INTERESSADAS EM IR PARA O ABRIGO

( ) Um violinista, com 40 anos, narcótico viciado.
( ) Um advogado, com 25 anos, HIV +.
( ) a mulher do advogado, com 24 anos, que acaba de sair do manicômio. Ambos preferem ficar juntos no abrigo, ou fora dele.
( ) Um sacerdote com 75 anos
( ) Uma prostituta, com 34 anos.
( ) Um ateu com 20 anos, autor de vários assassinatos.
( ) Uma universitária que fez voto de castidade
( ) Um físico, 28 anos, que só aceita entrar no abrigo se puder levar consigo uma arma.
( ) Um declamador fanático, com 21 anos.
( ) Uma menina de 12 anos, e baixo Q.I.
( ) Um homossexual, com 47 anos.
( ) Um excepcional, com 32 anos, que sofre de ataques epilépticos

 

Dinãmica A Escolha - Abrigo Subterrâneo

Depois das plenárias vamos ao nosso canto final, sugiro A Ele a Glória do grupo Mensagem Brasil, grande música de louvor e agradecimento e em seguida faremos a oração final.

Aprofundamento para o catequista:

No caminho de Israel e ao longo de toda a história do povo, Deus chamou, suscitou e às vezes até arrancou homens do meio do povo e os enviou, para que falassem em seu nome e anunciassem a sua mensagem. Os profetas são os verdadeiros porta-vozes de Deus. São homens que conheciam a situação do seu país e também o projeto de Deus. À luz da razão e da fé interpretam o momento presente com o olhar voltado para o futuro. Com o testemunho de sua própria vida, por suas palavras e com gestos e sinais despertam a consciência do povo e provocam a conversão do coração e a transformação social para que o povo de Deus persevere fiel no caminho. Os profetas são como que a ponte entre Deus e o povo, entre o céu e a terra. São os que sabem ler e interpretar os sinais dos tempos.

Os profetas defendem os direitos de Deus e dos homens e promovem a justiça aqui na terra. Por isso, o profetismo de Israel foi mais intenso e vigoroso na época dos reis, quando a concentração do poder e das riquezas destruía o projeto de Deus (talvez fosse necessário a volta dos profetas hoje em dia) e enchia de opressão e injustiça a Terra Prometida – a terra de Deus e do povo que verteria leite e mel. O profetismo em Israel  enfraqueceu muito na época da restauração, quando o país já vivia a condição de estrangeiro em sua própria terra, sob o domínio das potências estrangeiras. O movimento profético tem relação com os movimentos sociais, é o núcleo da Teologia de Israel: Reino de Israel Ungido = Rei-Servo.

Na nossa cultura bíblica os profetas normalmente são divididos em dois grupos: os profetas maiores e os menores.
Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Ezequiel (aos quais é acrescentado Daniel, Baruc e as lamentações)
Profetas menores: Amós, Oséias, Miquéias, Naum, Sofonias, Habacuc, Abdias, Ageu, Zacarias, Malaquias, Joel e Jonas.

Essa apresentação, embora clássica, apresenta alguns problemas. Primeiro de tudo se trata de profetas que têm um livro bíblico com o seu nome. Existem, contudo, outros profetas que não dão o nome a um livro específico, como Elias e Eliseu, cuja história aparece no livro dos reis. Em segundo lugar existe a tradição hebraica, que inclui entre os profetas também os livros de Josué, Juízes, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis. Esses livros narram a história de Israel, mas provavelmente são considerados pelos judeus como proféticos por que a história precisa ser lida dentro de uma perspectiva profética. De fato, na concepção bíblica, o conceito de profeta não se limita aquelas pessoas que têm visões e prevêem o futuro, mas são mensageiros de Deus, pessoas escolhidas (é muito importante a vocação, o chamado) para conduzir o povo para a estrada do Senhor.

Isaías 

” Consolem, consolem o meu povo, diz o Deus de vocês. Falem ao coração de Jerusalém, gritem para ela que já se completou o tempo da sua escravidão, que seu crime já foi perdoado, que ela já recebeu da mão de Javé o castigo em dobro por todos os seus pecados.” (Is 40, 1-2)

A grande maioria dos estudiosos da Bíblia concluiu que o livro de Isaías na verdade foi escrito por 3 pessoas diferentes, provavelmente 3 discípulos do profeta Isaías original. Existem diferenças entre os textos que denunciaram esta possibilidade:

  1. Primeiro Isaías: Capítulos 1 a 39. Fala da atividade do profeta em Judá e Jerusalém, após a morte do rei Ozias (740 a.C.)
  2. Segundo Isaías: Capítulos 40 a 55. Fala da atividade do profeta que continuou o trabalho do primeiro, no período do exílio entre 586 a 538 a.C.
  3. Terceiro Isaías: Capítulos 56 a 66. Fala do período posterior ao exílio, tempo da restauração e reconstrução de Jerusalém.

O Livro de Isaías é um livro profético do Antigo Testamento, vem depois do livro de Cantares e antes do Livro de Jeremias. É uma peça central da literatura profética do Antigo Testamento, na Bíblia.Sua importância é refletida também no Novo Testamento, considerando-se que há mais de 400 referências diretas ao livro, feitas pelos evangelistas e apóstolos.

O forte caráter e ênfase messiânicos percebidos em toda a extensão do documento, muito provavelmente colaboraram para conceder ao livro tamanha proporção referencial entre os autores do Novo Testamento. Por causa disto também, Isaías recebeu o epíteto de “o quinto evangelista“.

Em seus dias, Isaías viveu e narrou a tensão política e militar que o território de Israel experimentava, com eventos decorrentes principalmente de um panorama marcado por intensas e contínuas atividades bélicas e expansionistas que estavam sendo realizadas pela monarquia egípcia, ao sul, e pelos caldeus, ao Leste.

O início do ministério profético de Isaías situa-se em 754 A.C., coincidindo com 2 datas históricas precisas: a morte do Rei Uzias de Judá, e a fundação de Roma.

Ler:

Duas passagens clássicas do livro de Isaías fazem alusão (quase 600 anos antes) da vinda de Jesus, seu nascimento por uma virgem e também sobre todo o martírio que ele iria passar. Claro que foi à partir desta profecia que o povo judeu ficou ( e ainda está) esperando um rei messiânico, mas a coincidência do relato deixa claro que este rei é Jesus Cristo

Is 7, 14-16 Fala sobre a concepção de um rei por uma virgem e de dois reis. Por uma comparação podemos associar esta profecia com a virgem Maria e com a situação da Palestina que tinha dois reis (na verdade o de Roma era um imperador) Cesar e Herodes.

Is 53, 1- 12 Fala sobre um homem que foi condenado e sofreu por causa do pecado dos outros. Muito interessante se for comparado com a história de Jesus. No versículo 7: “Foi maltratado e resignou-se; não abriu a boca, como um cordeiro que se conduz ao matadouro, e uma ovelha muda nas mãos do tosquiador. (Ele não abriu a boca.)” e no versículo 12: “…porque ele próprio deu sua vida, e deixou-se colocar entre os criminosos, tomando sobre si os pecados de muitos homens, e intercedendo pelos culpados.” A comparação histórica pode ser feita de maneira bem satisfatória nestas passagens.

Jeremias

“Eu me dizia, não pensarei mais nele, não falarei mais no seu nome. Era como se houvesse no meu coração um fogo ardente…” (Jr 20,9)

Jeremias era pesquisador e historiador, além de profeta. Acredita-se que tenha sido ele o autor do livro que leva seu nome e possivelmente os dois livros de Reis (tenha escrito adicionando-lhe relativos dados por Natã e Gade ( I Crônicas 29:29) e outros escritores. É a história dos reis de Judá e Israel, desde Davi até Acabe e Jeosafá, num período de 118 a 125 anos), abrangendo a história de ambos os reinos (Judá e Israel) desde o ponto em que os livros de Samuel a deixaram (isto é, na última parte do reinado de Davi sobre todo o Israel), até o fim de ambos os reinos, e após, a queda de Jerusalém, teria escrito o Livro das Lamentações.

Os relatos biográficos em terceira pessoa que encontramos no Livro de Jeremias, que são atribuídos a Baruc, não se encontram em ordem cronológica, entretanto, por meio da seguinte sequência de trechos: 19:1-20:6; 26; 45; 28-29; 51:59-64; 34:8-22; 37-44, pode-se fazer uma leitura destes relatos na ordem cronológica

A atividade profética de Jeremias se iniciou entre os anos de 626 ou 627 a.C. (1:2; 25:3), quando ele ainda era jovem (1:6), razão pela qual teria demonstrado receio ao assumir tal tarefa, e prosseguiu até 586 AC, podendo ser dividida em quatro períodos:

  1. Primeiro período: durante o reinado de Josias (627 a 609 AC)

  2. Segundo período: durante o reinado de Joaquim (609 a 598 AC)

  3. Terceiro período: durante o reinado de Zedequias (597 a 586 AC)

  4. Quarto período: depois da queda de Jerusalém (a partir de 586 AC)

Segundo o apócrifo Vida dos Profetas, escrito por um judeu da Palestina no séc. I d.C. Jeremias foi apedrejado e morto por seus conterrâneos quando residia no Egito

Pode-se dizer que a missão de Jeremias fracassou em querer que seu povo retornasse à genuína aliança com Deus. Ele se tornou uma espécie de Moisés fracassado, que viu seu povo perder suas instituições e a própria terra. Se apresenta como um grande solitário (15:17), incompreendido e perseguido até pelos membros de sua família (12:6; 20:10; 16:5-9), nunca chegou a ser pai (16:1-4), foi arrastado contra a sua vontade para o Egito, nenhum vestígio restará de sua tumba.

No entanto, sua confiança no Deus que é sempre fiel lhe deu a capacidade de mostrar, ao povo e a nós, que esse mesmo Deus manterá seu relacionamento conosco, sem precisar de instituições mediadoras (31,31-34). Ao colocar em primeiro plano os valores espirituais, destacando o relacionamento íntimo que a alma deve ter com Deus, ele antecipou elementos da Nova Aliança; e sua vida de sofrimentos a serviço de Deus.

Leia mais:

Folha modelo base - Copy (2)

Sugestão de folha de encontro

A literatura profética pode ser dividida de várias maneiras. A mais tradicional e comum, entre os cristãos, é a divisão em profetas maiores e profetas menores. Não porque uns sejam mais importantes que outros, mas simplesmente pela extensão de seus escritos. Os profetas maiores são quatro: Isaías, Jeremias (que também escreveu Lamentações), Ezequiel, Daniel. Os menores são doze: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuc, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias,[18] cabendo observar que o Livro de Baruc, que é relacionado entre os livros proféticos na Septuaginta, nas Bíblia adotadas pela Igreja Católica e pelas Igrejas Ortodoxas, é Deuterocanônico, ou seja, não constam na Bíblia Hebraica e não são aceitos pelas Igrejas que adotam a Bíblia proposta por Lutero.

Por sua vez, a Bíblia Hebraica agrupa os livros de Isaías, Jeremias, Ezequiel e os dos doze profetas sob o título de “Profetas Posteriores” e os coloca após os “Profetas Anteriores”: (Josué, Juízes, I Samuel, II Samuel, I Reis, II Reis), enquanto que a Septuaginta (tradução do Antigo Testamento para o Grego Koiné, cuja estrutura é utilizada por maior parte das Igrejas Cristãs) apresenta os livros proféticos depois dos Livros Históricos, destacando-se que a Bíblia Hebraica não inclui o Lamentações e Daniel entre os “Profetas Posteriores”, mas entre os “Escritos” (Kethuvim)

_518d960fc51bf5e8b8a1afcfd1cfbb1f257d14b7Uma boa opção de pesquisa é o Livro O caminho de Israel – Pe. Javier Saravia, s.j. – Paulinas editora que fala sobre a história de Israel de uma maneira simples e fácil de entender.

Fontes pesquisadas:

  • Bíblia da CNBB
  • Wikipedia
  • Bíblia.org
  • YouCat – Catecismo Jovem da Igreja Católica
  • Catecismo da Igreja Católica
  • Compêndio do CIC