Série: Animo, uma nova Catequese (Encontro 26/40)
O sacramento da ordem. Juntamente com o matrimônio, são chamados de sacramento de serviço. Assim, quem é batizado e confirmado (crismado) pode também assumir um serviço especial, pondo-se a serviço de Deus. Isso acontece mediante os sacramentos da ordem e do matrimônio, por isso os mesmos são chamados sacramentos a serviço da comunhão e da missão, pois conferem uma graça especial para uma missão particular na Igreja em ordem à edificação do povo de Deus, contribuindo em especial para a comunhão eclesial e para a salvação dos outros.
Sugestão para folha de encontro
Neste encontro uma das melhores opções seria ter um convidado para melhor desenvolvimento do tema. Um seminarista ou o pároco seria interessante, mas uma freira também seria muito importante para falar sobre o servir a Deus de uma maneira única.
Também seria muito bom se fosse oferecido um café da manhã, assim como o sugerido no último encontro (com pão, bolacha, manteiga, leite, café e frios)
No primeiro momento o encontro pode começar com um Vinde Espírito Santo.
Como canto inicial sugiro Só em Deus – Maria do Rosário
No terceiro momento pode-se apresentar os convidados (caso haja) e depois servir o café. Após isso deixar que estes falem sobre o que levou a ser padre (ou seminarista ou freira)
Ainda falando sobre o tema deve-se falar sobre como funciona para ser padre e o que é o sacramento da Ordem (isso claro se os convidados não tiverem feito)
Importante que neste encontro as dúvidas sejam tiradas e seja num encontro mais descontraído. Se o pároco da comunidade for o convidado é muito interessante se ele puder contar sua história.
No quinto momento podemos fazer uma dinâmica de missão que é bem simples:
- Providenciar tiras de papel e canetas
- Cada um pega um papel e uma caneta e escreve sua intenções de oração para a semana
- Depois todos rezam juntos um Creio
- Troca-se os papéis e as pessoas tem a missão de rezar pelo outro durante a semana
No próximo momento podemos cantar a música Lindo Céu – Adriana Arydes e como oração final sugiro um Salve Rainha
Salve Rainha
Salve, Rainha,
Mãe misericordiosa,
vida, doçura e esperança nossa, salve!
A vós bradamos os degregados filhos de Eva.
A vós suspiramos, gemendo e chorando
neste vale de lágrimas.
Eias pois, advogada nossa,
esses vossos olhos misericordiosos a nós volvei,
e depois deste desterro mostrai-nos Jesus,
bendito fruto de vosso ventre,
ó clemente,
ó piedosa,
ó doce sempre Virgem Maria.
Rogais por nós Santa Mãe de Deus.
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém.
Aprofundamento para o catequista
Cada pessoa nasce com um dom especial. Muitas pessoas acabam sendo chamadas para o serviço da igreja e por isso acabam recebendo o Sacramento da Ordem. A ordem é o sacramento graças o qual a missão confiada por Cristo aos Seus apóstolos continua a ser exercida na Igreja até o fim dos tempos. Nela, quem é ordenado recebe o dom do Espírito Santo, concedido por Cristo pelo bispo e que lhe dá autoridade sagrada. Nele, o sacerdote continua sobre a terra a obra redentora de Cristo, afirma São João Maria Vianney.
O ministério conferido pelo sacramento da Ordem consiste num outro tipo de participação na missão de Cristo, ou seja, no serviço em nome e na pessoa de Cristo no meio da comunidade. Além disso, o sacerdócio ministerial confere um poder sagrado para esse serviço dos fiéis. Esse serviço consiste no ensino, no culto divino e no governo pastoral.
No serviço eclesial do ministro ordenado, é o próprio Cristo que está presente à sua Igreja enquanto Cabeça de seu Corpo, Pastor de seu rebanho, Sumo Sacerdote do sacrifício redentor, Mestre da Verdade. A Igreja expressa isso dizendo que o sacerdote, em virtude do sacramento da Ordem, age “In persona Christi Capitis”, ou seja, na pessoa de Cristo-Cabeça.
Chama-se ordem este sacramento, pois indica um corpo eclesial, do qual se passa a fazer parte, mediante uma especial consagração (ordenação), que, por um particular dom do Espírito Santo, permite exercer um poder sagrado em nome de Cristo e com a autoridade d’Ele, para o serviço do povo de Deus. Compõe-se de três graus, que são insubstituíveis para a estrutura orgânica da Igreja: o episcopado, o presbiterado e o diaconato.
Os sacerdotes na Antiga Aliança encararam a sua missão como uma mediação entre o celeste e o terreno, entre Deus e o Seu povo. Sendo Cristo o único mediador entre Deus e a humanidade (cf. I Tm 2,5), Ele aperfeiçoou e concluiu esse sacerdócio. Depois de Cristo, o sacerdócio só pode existir em Cristo, na imolação d’Ele na cruz e por Seu chamamento e envio apostólico.
O efeito da ordenação episcopal confere a plenitude do sacramento da ordem, faz do bispo o legítimo sucessor dos apóstolos, confere-lhe a missão de ensinar, santificar e governar. O ministério do bispo é, no fundo, o ministério pastoral da Igreja, porque remonta às testemunhas de Jesus. (Texto Formação Canção Nova)
O bispo é o único que pode tornar o leigo um diácono, sacerdote ou outro bispo. Para que isso aconteça e seja válido, o bispo ordenante deve ter sido validamente ordenado, isto é, que esteja na linha da sucessão apostólica, e em comunhão com a Igreja toda, principalmente com o Sumo Pontífice (o Papa).
Os padres somente podem exercer seu ministério na dependência do bispo e em comunhão com ele. Já para a legítima ordenação de um Bispo, é hoje exigida uma especial intervenção do Bispo de Roma (o Papa), por causa de sua qualidade de vínculo visível supremo da comunhão das Igrejas particulares (as dioceses) na única Igreja e garantia da sua liberdade.
A ordenação de mulheres não é possível porque o Senhor Jesus escolheu homens para formar o colégio dos doze Apóstolos, e os apóstolos fizeram o mesmo quando escolheram os colaboradores que seriam seus sucessores na missão. O colégio dos bispos, ao qual os presbíteros estão unidos no sacerdócio, torna presente e atualiza, até o retorno de Cristo, o colégio dos doze. A Igreja se reconhece ligada a essa escolha do próprio Senhor.
O sacramento da Ordem é concedido uma vez por todas, ou seja, não pode ser repetido, pois confere um caráter espiritual indelével, ou seja, para sempre. Assim, um padre que deixe o ministério para casar-se, por exemplo, continua sendo padre. Se ficar viúvo e quiser voltar a exercer o ministério, não precisa ser ordenado novamente, bastando seguir as orientações da Igreja a esse respeito.
Por falar nisso, é bom lembrar que na Igreja de rito latino somente o diácono pode ser casado; o bispo e o padre devem ser solteiros ou, em alguns casos, viúvos. Entretanto, se o diácono permanente casado ficar viúvo, não poderá mais se casar. Há ainda a possibilidade de um diácono permanente se tornar padre. Caso ele fique viúvo, sua família (no caso filhos e netos) aceitem e o bispo também aceite o pedido. Na Arquidiocese de Campinas o Padre Jamil Cury Sawaya, era um diácono permanente que se tornou viúvo e optou por se tornar padre com a anuência do Arcebispo Dom Aírton José dos Santos em 2016. Mas é um fato até raro.
O padre
Muitas pessoas acham que o padre só atua nas missas, mas não é verdade. Muitos padres (a maioria na verdade) além de cuidarem da Paróquia onde atuam, e vale lembrar que existem paróquias com 10 comunidades, são professores, coordenam Pastorais a nível de Diocese como a Pastoral Carcerária, Pastoral da Juventude, etc. Também atuam na Forania ( que a grosso modo é a reunião das paróquias de determinada região ), outros trabalham com a Pascom (Pastoral da Comunicação ) da Arquidiocese, escrevem livros, visitam hospitais, organizam retiros e sempre estão estudando. Sem esquecer que vão nos cemitérios visitar as famílias enlutadas junto com a Pastoral das Exéquias.
As freiras também realizam um trabalho muito importante de acolhida de fiéis, de docência, cuidam de crianças, idosos, escrevem livros, atuam junto às comunidades e muitas outras coisas.
A Igreja Católica ainda não admite que mulheres sejam ordenadas como presbíteras . Em novembro de 2016 o Papa Francisco meio que jogou um balde de água fria em muitas pessoas ao afirmar que a proibição de mulheres se tornarem padres será para sempre. Segundo o Papa foi o Papa João Paulo II quem deu a palavra final dizendo que Jesus escolheu somente homens como apóstolos. Complicado opinar já que é a palavra do papa
Papa Francisco
Declaração do Papa Francisco
Formação dos Padres
O padre tem que estudar 8 anos. Faz faculdade de Filosofia por 4 anos e depois 4 anos de Teologia. Mas a formação total demora até 9 anos pois neste meio tempo é comum o seminarista passar por um ano sabático, para ver se realmente a sua vocação é ser padre. O chamado seminarista reside num seminário da ordem sacerdotal que escolheu ou foi acolhido. O seminário é uma casa onde o seminarista vive e também estuda um pouco mais, também pratica a leitura da Bíblia e as orações. Quem paga toda a formação do seminarista é a ordem sacerdotal ou a diocese que fará parte.
Depois de formado o seminarista vira diácono, depois padre e assim por diante.
Artigo 6 – Sacramento da Ordem
Transcrição CIC 1590-1600
1590. São Paulo ao seu discípulo Timóteo: «Exorto-te a que reavives o dom que Deus depositou em ti, pela imposição das minhas mãos» (2 Tm 1, 6), e «aquele que aspira ao lugar de bispo, aspira a uma nobre função» (1 Tm 3, 1). A Tito, o mesmo Apóstolo dizia: «Se te deixei em Creta, foi para acabares de organizar o que faltava e estabelecer anciãos em cada cidade, como te havia ordenado» (Tt 1, 5).
1591. A Igreja é, na sua totalidade, um povo sacerdotal. Graças ao Batismo, todos os fiéis participam no sacerdócio de Cristo. Esta participação chama-se «sacerdócio comum dos fiéis». Na base deste sacerdócio e ao seu serviço, existe uma outra participação na missão de Cristo: a do ministério conferido pelo sacramento da Ordem, cuja missão é servir em nome e na pessoa de Cristo-Cabeça no meio da comunidade.
1592. O sacerdócio ministerial difere essencialmente do sacerdócio comum dos fiéis, porque confere um poder sagrado para o serviço dos mesmos fiéis. Os ministros ordenados exercem o seu serviço junto do povo de Deus pelo ensino (munus docendi), pelo culto divino (munus-liturgicum) e pelo governo pastoral (munus regendi).
1593. Desde as origens, o ministério ordenado fui conferido e exercido em três graus: o dos bispos, o dos presbíteros e o dos diáconos. Os ministérios conferidos pela ordenação são insubstituíveis na estrutura orgânica da Igreja: sem bispo, presbíteros e diáconos, não pode falar-se de Igreja.
1594. O bispo recebe a plenitude do sacramento da Ordem que o insere no colégio episcopal e faz dele o chefe visível da Igreja particular que lhe é confiada. Os bispos, enquanto sucessores dos Apóstolos e membros do Colégio, têm parte na responsabilidade apostólica e na missão de toda a Igreja, sob a autoridade do Papa, sucessor de São Pedro.
1595. Os presbíteros estão unidos aos bispos na dignidade sacerdotal e, ao mesmo tempo, dependem deles no exercício das suas funções pastorais; são chamados a ser os cooperadores providentes dos bispos; formam, d volta do seu bispo, o presbitério, que assume com ele a responsabilidade da Igreja particular: Os presbíteros recebem do bispo o encargo duma comunidade paroquial ou duma função eclesial determinada.
1596. Os diáconos são ministros ordenados para as tarefas de serviço da Igreja; não recebem o sacerdócio ministerial, mas a ordenação confere-lhes funções importantes no ministério da Palavra, culto divino, governo pastoral e serviço da caridade, encargos que eles devem desempenhar sob a autoridade pastoral do seu bispo.
1597. O sacramento da Ordem é conferido pela imposição das mãos, seguida duma solene oração consecratória, que pede a Deus para o ordinando as graças do Espírito Santo, requeridas para o seu ministério. A ordenação imprime um carácter sacramental indelével.
1598. A Igreja confere o sacramento da Ordem somente a homens (viris) baptizados, cujas aptidões para o exercício do ministério tenham sido devidamente reconhecidas. Compete à autoridade da Igreja a responsabilidade e o direito de chamar alguém para receber a Ordem.
1599. Na Igreja latina, o sacramento da Ordem para o presbiterado, normalmente, apenas é conferido a candidatos decididos a abraçar livremente o celibato e que manifestem publicamente a sua vontade de o guardar por amor do Reino de Deus e do serviço dos homens.
1600. Pertence aos bispos o direito de conferir o sacramento da Ordem nos seus três graus.
Uma boa fonte de estudos sobre o assunto é ver os vídeos em que o Professor Felipe Aquino fala sobre o sacramento da ordem (clique aqui e veja)
Escute as músicas sugeridas:
Só em Deus – Maria do Rosário
Lindo Céu – Adriana Arydes